O reitor da Universidade de Aveiro revela que o processo de Bolonha continua a ser uma preocupação e que é importante que o novo sistema de aprendizagem propicie uma maior mobilidade entre percursos formativos. Manuel Assunção abriu o novo ano lectivo na UA com uma sessão temática que substitui, assim, a tradicional Lição de Abertura do Ano Académico, e reforça que o projecto da instituição pretende fazer dos alunos pessoas mais cultas e esclarecidas: “As questões do ensino e da aprendizagem têm que continuar no centro das nossas preocupações. Bolonha não se pode resumir a substituir uma arquitectura de graus por outra, um sistema de créditos por outro, um conjunto de disciplinas por unidades curriculares diferentes. Bolonha tem que propiciar maior mobilidade entre percursos formativos para além da acrescida mobilidade física de estudantes e professores. Tem que garantir um reconhecimento de competências mais apropriado e eficaz que induza lógicas de formação continuada e ajude à mobilização de novos públicos. Tem que transmitir maior capacidade de trabalho autónomo e traduzir-se em mais sucesso escolar e mais e melhores oportunidades de inserção profissional. Queremos em Aveiro um projecto educativo que faça de todos pessoas mais esclarecidas, mais cultas, mais cidadãs e mais solidárias”.
O presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro aproveitou a ocasião para reforçar que o acesso ao ensino superior para os alunos carenciados deve ser assegurado pela acção social. Tiago Alves diz, ainda, que é fundamental que os licenciados saiam bem preparados e com qualificações suficientes para enfrentar o mercado de trabalho: “É fundamental que o acesso e a frequência do Ensino Superior para os estudantes mais carenciados seja assegurado pelo subsistema da acção social. O reforço dos apoios continuados aos estudantes não pode estagnar, e impensável será diminuir, face ao alargamento da base social do Ensino Superior. Além disso, a qualidade do ensino ministrado nas instituições deverá também acompanhar as cada vez mais exigentes necessidades do mercado de trabalho, pelo que uma crescente aposta na melhoria destas condições nunca deve ser colocada de parte. É obrigação das instituições e do Governo garantir que os licenciados têm as qualificações essenciais para o exercício das suas competências. Para nós, a melhoria da qualidade do ensino representa uma necessidade premente”.
A cerimónia contou, ainda, com a presença de Tiago Alves, presidente da Associação Académica da UA, António Rendas, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, e José António Barros, responsável pela Associação Empresarial de Portugal. Diário de Aveiro |