CASA MUSEU EGAS MONIZ TEM ZONA ESPECIAL DE PROTECÇÃO.

Está dado mais um passo na valorização do Museu do único Prémio Nobel da Medicina português. Foi criada a zona especial de protecção (ZEP) da Casa Museu Egas Moniz, anteriormente designada "Casa do Marinheiro".

“A criação da zona de protecção especial é um factor que releva todo o espaço da Quinta do Marinheiro, nomeadamente o grande ex-libris que é a Casa Museu, qualificando e ordenando também o território à sua volta. Esse reconhecimento dá-lhe também uma amplitude nacional que queremos que potencie o número de visitas”, comenta o Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Estarreja, João Alegria.

A Câmara Municipal espera também que a constituição da ZEP seja mais um factor de reconhecimento do cientista que marcou as neurociências do século XX. “Queremos que esse facto também contribua para que as autoridades nacionais olhem para este riquíssimo património e para a nossa maior figura nacional que elevou bem alto a Ciência e levou bem longe o nome de Portugal e invistam, como a Câmara Municipal o tem feito, na preservação do património, na divulgação da Ciência e da figura do Prémio Nobel da Medicina, o Professor Egas Moniz”, acrescenta João Alegria.

A dimensão do conjunto classificado tem forte implantação e presença na paisagem urbana e rural em que se insere, num diálogo constante que foi tido em conta na delimitação da ZEP, permitindo salvaguardar o imóvel e proteger também a área paisagística, constituída por espaços vazios, tratados, como jardins ou expectantes.

Efectivamente, pela importância que esta denota como paisagem cultural, revela-se um factor de equilíbrio entre o património natural e cultural, reflectindo uma identidade rural muito característica do território. De forma geral, foram tidos em atenção, o contexto espacial e os "pontos de vista" que constituem a bacia visual em que se integra o conjunto construído e a paisagem.

Este imóvel, de finais do século XVIII, foi reconstruído em 1915 no local da casa dos seus antepassados por iniciativa do Professor Egas Moniz, que aí nasceu, segundo projecto do arquitecto Ernesto Korrodi, sendo a direcção de obras do padre António Maria de Pinho e a decoração de Álvaro Miranda.

O edifício, que apresenta uma estrutura arquitectónica de características ecléticas, o que se estende ao interior, com referências à Arte Nova, foi concebido de acordo com a tradição portuguesa do "bom gosto", sintetizando um programa que, englobando alguns elementos dos edifícios que Korrodi usualmente projectava para a cidade, se relaciona com a procura de um tipo de habitação regional.

Numa das fachadas, destaca-se um painel de azulejos de Jorge Colaço, alusivo ao primitivo nome do imóvel. A Casa Museu Egas Moniz, que foi aberta ao público em 1968, incorpora uma riquíssima colecção de pintura (da pintura flamenga barroca à pintura naturalista portuguesa), de cerâmica (da Companhia das Índias à Vista Alegre até à cerâmica oriental), de mobiliário, pratas, etc., para além de todo o espólio pessoal de Egas Moniz.


Diário de Aveiro


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