Os advogados dos principais arguidos do processo de crimes económicos e corrupção conhecido como “Face Oculta”, esconderam as estratégias a seguir na defesa dos seus clientes.

Numa iniciativa pouco comum, a principal sala de audiências do palácio de justiça de Aveiro, acolheu hoje de manhã mais de meia centena de advogados, a dupla de procuradores do Ministério Público responsável pela investigação e acusação e o colectivo. Foi um encontro preparatório do julgamento.

O juiz-presidente esclareceu que a reunião, a pedido do tribunal, tinha carácter preparatório. Entre os 36 arguidos contam-se o antigo Ministro do PS Armando Vara, também ex-administrador do Banco Millennium. Tiago Rodrigues Bastos, seu advogado, voltou a clamar por inocência dos crimes de tráfico de influência. "Está confiante na sua inocência e não existe nenhuma alteração visível para que ele altere o seu estado de espírito, está confiante e tranquilo", disse.

Já Artur Marques, defensor do empresário Manuel Godinho, o único que esteve detido preventivamente, e de outros arguidos, alegados corruptores, diz mesmo que a acusação é destituída de fundamento. "Nunca contesto as acusações, sempre fiz assim e vou continuar a fazer até morrer, a minha estratégia passa por demonstrar que a acusação não tem fundamento nenhum e vou tentar demonstrar a inocência do meu cliente e as noticias difundidas nos jornais ultimamente são especulações", aludindo a notícias que referem a "falência" financeira de Manuel Godinho.

A primeira audiência do que se antecipa como um dos mais longos e mediáticos julgamentos dos últimos anos em Portugal está agendada para 8 de Novembro, às 09h30.