Especialistas dizem que é fundamental compatibilizar as energias renováveis com a biodiversidade em Portugal, o segundo país do mundo com maior penetração de energia eólica na rede elétrica e o Governo anuncia abrandamento no ritmo de investimento. Dados apurados nas conclusões do Seminário “Wind and Biodiversity” organizado pela Bio3 e pela Universidade de Aveiro. No evento participaram Pedro Cabral, assessor do Secretário de Estado da Energia, António Sá da Costa, Presidente da APREN, Rita Fernandes, da Agência Portuguesa da Ambiente, e os reconhecidos especialistas internacionais, Edward Arnett, Andreas Smith e Mark Lewis, entre outras personalidades do setor.
Este Seminário marcou o lançamento público do projeto “Wind and Biodiversity” - coordenado pela Bio3 em parceria com a Universidade de Aveiro e co-financiado pelo QREN - e teve como objetivo contribuir para a compatibilização das energias renováveis com a biodiversidade, tendo reunido várias entidades públicas e privadas ligadas à indústria e produção de energia eólica, avaliação ambiental e monitorização de impactes.
Pedro Cabral, assessor do Secretário de Estado da Energia, referiu que, no actual cenário de retracção económica em Portugal, estão previstas reduções no Plano Nacional de Acção para as Energias Renováveis e consequentemente no crescimento da energia eólica, prevendo-se que este mercado volte a aumentar entre 2030 e 2050.
De acordo com dados de 2010, Portugal é o segundo país do mundo com maior penetração da energia eólica na rede eléctrica. Em 2010, esta fonte de energia poupou a Portugal 520 milhões de euros na compra de combustíveis fósseis e um valor significativamente superior em emissões de carbono, tal como foi salientado pelo Presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis, António Sá da Costa que referiu que “é indissociável o setor da electricidade do setor do ambiente”.
Face ao actual contexto, o mercado português encontra-se num período de necessário ajustamento. Surgem, também por isso, novas e diferentes oportunidades de IDT para as empresas e Universidades, como é o caso dos aerogeradores flutuantes para instalação offshore. Relativamente à avaliação e monitorização dos impactes resultantes da energia eólica na biodiversidade, Rita Fernandes, representante da Agência Portuguesa de Ambiente, referiu que nos últimos anos se tem assistido a uma melhoria significativa da qualidade dos EIA efectuados, bem um maior compromisso das empresas promotoras face ao património biológico. Miguel Mascarenhas, sócio-gerente da empresa Bio3, encerrou o primeiro painel do seminário, destacando o envolvimento da empresa no sector das energias renováveis, enquanto um dos seus core business. Diário de Aveiro |