As obras começaram há quase dez meses e permitem vislumbrar o que foi idealizado pelo arquitecto da Câmara Municipal, Rui Rosmaninho, responsável pela obra. Falamos dos edifícios que começam a tomar forma no centro da cidade, no espaço entre a Câmara e a Avenida das Laranjeiras.
Foi durante uma prolongada visita à mesma, que o autarca Litério Marques revelou que, até ao momento, “tudo o que está feito” foi integralmente suportado pelo orçamento municipal , acrescentando que esta era uma obra que se impunha, não só por ser necessária, mas porque é também uma forma de “aproveitar fundos comunitários”.
Orçada em três milhões de euros e financiada por fundos comunitários em apenas um milhão de euros, cabe ao município suportar o restante encargo com as obras.
“Esta requalificação impunha-se, já que dá uma nova dinâmica, centralidade e modernidade a Anadia”, avançou, mostrando que a vasta praça une duas edificações, uma com quatro pisos e outra de piso térreo. A primeira denominada “Incubadora de Serviços Proximidade” destina-se a serviços municipais de atendimento ao público e de proximidade ao cidadão. Com o Domus Café pretende a autarquia criar um espaço complementar à praça, com zona de cafetaria e esplanada de apoio. Uma forma de conciliar o espaço de café com o de um espaço cultural, não só porque tem acesso público à internet, mas porque pretende constituir uma ligação online à biblioteca municipal.
O prazo de execução, apesar do Inverno rigoroso, está a ser cumprido. “Os 18 meses de prazo de execução deverão ser cumpridos pelo empreiteiro”, admite o autarca, que se recusa a revelar, para já, quem vai convidar para inaugurar tão avultado investimento.
Estacionamento seguro. Depois do muito que se escreveu e disse sobre o polémico parque de estacionamento subterrâneo, Rui Rosmaninho diz que tudo não passa de especulações: “a cave é totalmente estanque”. “O parque, ao contrário do que se dizia, nunca irá inundar, nem será nenhuma piscina” diz, evidenciando que todas as variáveis foram acauteladas. Por isso, esta questão nem foi a mais preocupante e delicada da obra. Complicado foi, segundo Litério Marques, fazer a ligação entre o edifício da Câmara Municipal (garagens) e o novo edifício que nasce nas suas traseiras.
Quanto ao parque de estacionamento (que será taxado) com capacidade para 160 viaturas, virá dar resposta à falta de estacionamento no centro da cidade, mas ao mesmo tempo duplicar o espaço de estacionamento afecto à Câmara Municipal.
A intervenção pretende também melhorar as condições ambientais e paisagísticas da área intervencionada, criando novas zonas ajardinadas e arborizadas, bem como a aplicação de equipamento de recolha de resíduos sólidos urbanos e mobiliário urbano. Uma área que Rui Rosmaninho diz ficar lindíssima, onde nada foi deixado ao acaso.
Com os prazos a serem cumpridos, Litério Marques acredita que, no final do ano, a obra poderá ser inaugurada. Contudo, revela que esta é só a primeira fase de uma regeneração urbana do centro de Anadia. Melhoramentos como a construção de rotunda, beneficiação da rede viária, passeios, sinalização e iluminação, são feitos posteriormente, já que o projecto será também alvo de uma candidatura a fundos comunitários.
Catarina Cerca
Diário de Aveiro |