CULTURA: SÓNIA CRAVO LANÇA PRIMEIRO ROMANCE EM SETEMBRO

“Na Senda da Memória…” é o primeiro romance escrito pela jovem anadiense Sónia Cravo.
A obra vai ser lançada no próximo mês de Setembro, pela Esfera do Caos Editores.
JB conversou com a escritora, que nos falou desta sua obra e de um novo romance que já tem na calha.
Quando vai ser lançada a obra e onde vai decorrer esse lançamento?
Esta obra não vai ser apresentada de forma protocolar, isto é, não haverá lançamento. Foi uma opção minha que o editor respeitou. Em tempos, quando editei o meu primeiro livro (poesia) fiz um lançamento, em Coimbra. Estas coisas são fundamentalmente para os amigos, dão imenso trabalho a organizar e chegam a ser enfadonhas. Porém, admito a possibilidade de agendar umas quantas sessões de autógrafos, é uma coisa menos cerimonial e coloca-nos em contacto com os leitores (que os leitores não devem ser apenas os amigos). É certo que, quando se trata de edições menores, em editoras incapazes de colocar as obras nos pontos de venda, é do interesse do editor que se organize um lançamento, pois aí será feito o grosso das vendas ou mesmo a totalidade, e a coisa “morre” aí.

Onde vai ser possível adquirir este livro? Qual é o seu preço de venda?
Neste mês de Agosto, o distribuidor está a apresentar o livro ao mercado e a receber encomendas. Mas os pontos de venda serão os livreiros habituais: a Fnac, Bertrand, Bulhosa… Eventualmente um ou outro pequeno livreiro ou papelaria e, ao que me foi dito, há interesse da parte do Jumbo, veremos. O preço, salvo descontos que os livreiros entendam fazer, será 14,90 euros. O livro chegará às livrarias a 12 de Setembro.

Este é o seu 1.º romance. Fale-nos um pouco dele.
Dizem que o primeiro romance é sempre autobiográfico (sorrisos).
Em certa medida é: quanto mais inicial e experimental for o acto de escrever, mais encostado andará o autor a si mesmo. Mas este não é o meu primeiro romance, é o romance com o qual me quero apresentar aos leitores; um autor que se apresenta ao público sem estar certo da qualidade da obra não respeita os leitores.
Bom, esta é uma estória incomum, interessante… O narrador, que é também personagem principal, Mateus, divorciado, quarenta anos, surge-nos como alguém que, na presença das mulheres, não vê senão sexo. Porém, há um acontecimento, logo na parte inicial do livro, que o empurrará para uma fuga confusa e quase paranóica. A partir de então, os acontecimentos vão evoluindo sempre, de forma imprevista, inesperada, fechando-se, obrigando este nosso amigo a uma espécie de auto-observação, de introspecção. Eu não posso dizer muito mais da história sem a revelar, mas posso dizer que foi um livro que me deu imenso gosto escrever; que é um livro em cuja qualidade realmente acredito.

Viveu sempre em Anadia e escolheu o Professor Ferraz Diogo para escrever o prefácio da sua obra. Quais foram as suas motivações para esta escolha?
Bom, eu não vivo em Anadia há cerca de três anos. Mas se há terra em que tenho raízes, que posso dizer “minha”, é Anadia. Lá vivem familiares e amigos que visito sempre que possível. Entre esses amigos, há um senhor pelo qual tenho uma estima enorme, um homem dono de uma cultura incomum: é o professor José Ferraz Diogo. E é precisamente ele o autor das palavras de abertura deste livro. A minha escolha não poderia ser outra.

Já tem mais alguma obra na calha?
Sim, estou a trabalhar noutro romance. Um destes dias, à conversa com outros autores, disse-lhes que um bom escritor é alguém capaz de fazer muitas outras coisas, porém, anda inquieto na vida até aceitar ser escritor. O futuro dirá (e dir-me-á) se sou boa escritora ou não, mas que se não escrevo ando inquieta, ai lá isso ando (risos).

Catarina Cerca
catarina@jb.pt


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