A capela de Sá, na freguesia de Sangalhos, foi completamente recuperada.
As obras, que inicialmente previam apenas o arranjo exterior do templo, iniciaram-se em Maio último e já foram concluídas, tendo sido também recuperado o seu interior.
Embora o padroeiro do lugar seja Santo André, venerado em Novembro, é Nossa Senhora da Piedade, com festa em Agosto, que dá o nome à capela.
As obras de restauro, orçadas em algumas dezenas de milhares de euros, cumpriram o timing previsto e, graças ao empenho do empreiteiro, ficaram concluídas a tempo dos festejos de Nossa Senhora da Piedade, realizadas por estes dias. De resto, quem passa pela EN 235, que atravessa Sangalhos, não fica indiferente a este templo, localizado em Sá.
À capela do século XVIII (1741) foi devolvida toda a dignidade de outrora e o seu aspecto original. Para tal, a Comissão de Culto e um grupo de pessoas do lugar empenhadas nesta beneficiação guiaram-se por fotografias antigas em que era visível as paredes brancas com rebordo a amarelo. E foram precisamente essas cores que regressaram ao exterior do tempo.
A intervenção, que incluiu limpeza de telhado e caleiras, arranjo da torre, recuperação de toda a fachada e arranjo das portas em madeira, veio ainda, graças à generosidade de dois empresários da freguesia, permitir o revestimento de parte do exterior do templo com um material cerâmico, assim como possibilitou a substituição de todo o piso no seu interior. Ao nível do interior, também as paredes foram todas pintadas, as madeiras tratadas e colocados novo altar, ambão e pilar que segura o crucifixo (peças em pedra), assim como foi recuperada a escada que liga à torre, o coro e as duas sacristias.
“Isto só foi possível porque, através de um empresário, esteve aqui um designer que nos aconselhou relativamente ao material que deveríamos utilizar no exterior, mas também no interior”, revelam-nos alguns dos elementos que trabalharam para a prossecução deste objectivo que não deixam de destacar o apoio e incentivo dado pelo pároco António Cruz: “foi graças ao apoio e incentivo do padre Cruz que a obra teve um desenvolvimento tão feliz”.
Angariação de fundos. Para tão dispendiosa empreitada começaram, há um ano, a ser realizados jantares de angariação de fundos, na Estalagem de Sangalhos, a que se juntaram ainda uma sardinhada e a participação num dia nas tasquinhas da Feira da Vinha e do Vinho, em Anadia. À verba angariada juntam-se ainda algumas receitas de festas, donativos de mordomias anteriores, a generosidade da população, emigrantes e de empresários da região. Num lugar pequeno e humilde é, sem dúvida, um feito a realização de uma obra desta envergadura, que superou o inicialmente previsto. Agora, a povoação apanha um novo fôlego para recuperar o retábulo em madeira e talha dourada. Para o fim fica a recuperação das imagens dos santos, em pedra e muito antigas.
CC
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