Mário Lino teve uma aparição relâmpago no tribunal de Aveiro. Aquele que era o depoimento mais esperado do dia no julgamento Face Oculta acabou adiado para 3 de Maio. Fica à espera do ex-ministro dos Transportes e Obras Públicas do anterior Governo do PS a resposta que o presidente da REFER, Luís Pardal, não soube dar: A que se deveu em junho de 2009 o pedido para receber, pessoalmente, o empresário do ramo das sucatas que MP coloca como alegado cabeça de uma rede tentacular para obter favorecimentos junto de empresas públicas.

O gestor da ferroviária, à saída da sala de audiências, desvalorizou a reunião com Manuel Godinho que acedeu manter só depois dos telefonemas de Mário Lino. “Não houve casos. Ouviram as respostas que dei. Temos que desdramatizar. Foi um pedido sem significado especial, sem componente de pressão. Foi uma tentativa de conciliar e ultrapassar dificuldades”.

O MP viu a interferência do ex-ministro das Obras Públicas como consequência de influências movidas pelos arguidos Armando Vara e Lopes Barreira em socorro de Manuel Godinho, que estava arredado de contratos da REFER.

Luís Pardal estaria a ser alvo de movimentações para ser afastado da empresa pelos problemas criados ao empresário de Ovar, que o próprio visado admite terem sido reais, mas a intransigência da então secretária de Estado Ana Paula Vitorino levou a ser reconduzido no segundo mandato.