A União de Sindicatos de Aveiro (USA) reivindicou esta terça-feira a retirada das propostas de alteração à legislação laboral. Uma das exigências aprovadas no fim do tradicional comício do 1º de Maio realizado na cidade de Aveiro. "Sempre que há uma alteração na legislação laboral é, infelizmente, na base de enfraquecer e fragilizar os direitos dos trabalhadores", acusou Adelino Nunes, coordenador da USA/CGTP depois de ter feito o seu primeiro discurso desde que assumiu o cargo.
O representante sindical apelou à Assembleia da República para não deixar passar as mudanças e, em última instância, ao Presidente da República para não promulgar a lei, "tendo em conta as suas próprias palavras, quando diz que os portugueses não aguentam mais austeridade".
Adelino Nunes teme que as novas facilidades a dar patronato, sob o prexto de criar emprego, estejam a ter contrário. "É flagrante num distrito onde dos 11.500 inscritos novos inscritos nos centros de emprego, 33% tinham vínculo precário. Ou seja, a precaridade é a primeira porta para o desemprego", afirmou.
No inicio do discurso no jardim do Rossio, acompanhado por algumas centenas de pessoas que desfilaram pela avenida Lourenço Peixinho, foi deixada uma "saudação especial" aos funcionários de grandes superfícies comerciais "que mesmo sujeitos a uma pressão patronal muito forte, fizeram greve" para comemorar o dia do trabalhador.
O coordenador da USA classificou como "uma provocação aos trabalhadores" a cadeia Pingo Doce ter marcado também para o feriado uma campanha promocional com oferta de 50% de compras. "Parece um caso de polícia, a ASAE deveria verificar se não haverá dumping, ou seja venda a baixo do preço do custo", referiu o sindicalista. Diário de Aveiro |