UNIÃO DOS SINDICATOS NÃO SE FIA NOS NÚMEROS OFICIAIS DO DESEMPREGO

A União dos Sindicatos de Aveiro (USA) calcula que os desempregados reais no distrito se possam situar “próximo dos 80 mil”, longe dos 41.382 anunciados pelo Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) relativos a Abril passado.
Para a estrutura sindical afecta à CGTP, os números apresentados pelo IEFP “são muito estranhos e vão contra a corrente”, resultando de uma “manipulação estatística” em “grande escala” destinada a “esconder os efeitos desastrosos para o país e para o distrito provocados pela política” do Governo do PSD/CDS e pela acção da ‘troika’.
“Não é possível nem tolerável esconder o drama económico e social de milhares de famílias”, adverte a USA, apelando à participação nas próximas iniciativas de protesto da CGTP (9 e 16 de Junho no Porto e em Lisboa, respectivamente).
De acordo com os dados do IEFP, o número de desempregados registados no distrito era em Abril de 41.382, menos 128 que em Março.
“Em Dezembro de 2011 existiam 38.694 desempregados registados. Entretanto inscreveram-se durante os meses de Janeiro a Abril mais 14.562, o que nos dá um total de 53.256. Onde páram os 11.874 que faltam?”, interroga a USA ao analisar os dados do instituto.
As perplexidades da organização sindical continuam. “Percebe-se mal como é que o número de desempregados registados em Abril recua (128 desempregados) quando, no mesmo mês, recorreram à inscrição nos centros de emprego do distrito mais 3.072 desempregados”, refere.
De acordo com os dados oficiais do Instituto do Emprego, o número de pessoas sem trabalho em Aveiro aumentou 15,2 por cento entre Abril de 2011 e Abril de 2012. Os desempregados no distrito correspondem a 6,6 por cento do total do continente.
As mulheres continuam a ser mais afectadas e os desempregados de longa duração são 16.810 trabalhadores. Entre os jovens com idade inferior a 34 anos, o desemprego atinge 14.424 pessoas.


Diário de Aveiro


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