Quando Sara (nome fictício) começou a ser vítima de abusos por parte do pai, tinha apenas dez anos e frequentava o quarto ano de escolaridade. Cinco anos depois, rompeu o silêncio e contou a uma professora que o homem a forçava a manter relações sexuais praticamente todos os dias. O colectivo de juízes do Tribunal de Espinho acreditou na sua versão e ontem condenou o pedófilo a 12 anos de prisão e ao pagamento de 30 mil euros de indemnização à menor.
Ao longo do julgamento, o arguido, de 36 anos, manteve-se sempre em silêncio, mas o relatório do psicólogo que o avaliou concluiu que, para este, as relações incestuosas não são moralmente reprováveis. Ficou até surpreendido quando, em Novembro de 2011, a Polícia Judiciária (PJ) do Porto o prendeu e foi constituído arguido. Na óptica dos magistrados, também não revelou auto-censura.
Entre pai e filha existia um comportamento sexual rotineiro que se foi intensificando até se tornar quase diário, quando a mãe da menina começou a trabalhar no turno da noite. Então, o arguido, operário fabril natural do concelho de Santa Maria da Feira, pedia a Sara que dormisse sempre com ele, na cama do casal, onde se servia da filha para satisfazer os seus ímpetos sexuais.
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