Preocupação e alerta sobre as medidas tomadas pela administração do hospital de Aveiro. Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Aveiro contestam a redução de camas no verão no hospital Infante D. Pedro e a falta de captação de especialistas para assegurar um serviço de qualidade. Queixa já assumida pela concelhia do PP. Diogo Machado diz que é um verão diferente de outros pela forma como a administração está a gerir a estrutura.
“Em todos os anos, que me lembre, no período de férias, a administração recorria à prestação de serviço de trabalho temporário para manter o número de camas. Este ano e por causa, dizem, da crise, este CA resolveu de forma nebulosa, como primeira medida, encerrar 50% das camas. Não entendemos e não aceitamos ao contrário de outros que aumentaram o quadro. Isto é inadmissível”.
Eduardo Feio, do PS, concorda que esta é uma questão que está acima dos partidos. Admite mesmo que a administração esteja a ser “mais papista que o papa” em relação aos cortes. “Esta questão do hospital merece consenso alargado no sentido de evitar que ela se venha a concretizar. É preciso que as camas não sejam fechadas e é preciso que o quadro do hospital seja alterado. O hospital tem que ser fator de desenvolvimento e não pode ser menorizado por uma política de um governo e por perspetiva de uma administração mais papista que o Papa”.
Para Filipe Guerra, PCP, a austeridade vai acabar por reduzir a esperança de vida dos portugueses consequência dos cortes na saúde. “A consagrar-se será um revés no funcionamento do hospital. Objetivamente, nas política dos governos há uma perspetiva da degradação do SNS e, em terceiro lugar, sobre as taxas moderadoras, a sua introdução afasta as pessoas. Onde apareceu o FMI a esperança média de vida diminuiu”.
Ângela Almeida, do PSD, adianta que o partido está atento e espera respostas das entidades com responsabilidade nesta área. “O PSD Aveiro também está preocupado, os deputado têm essa preocupação e estamos a aguardar resposta da administração do hospital e do Governo”.
Ivar Corceiro, do BE, considera que Portugal tem seguido uma política em que a degradação do serviço nacional de saúde abre caminho à expansão de entidades privadas. Imputa responsabilidades aos partidos de direita neste caminho. “Quem contribuiu para crise não foram os trabalhadores e utentes do hospital. Quem contribui foram os bancos. É lamentável que estes partidos aproveitem estas questões cirúrgicas para disfarçar a sua verdadeira política. Acabar com serviços essenciais para os transformar num negócio para os grupos económicos amiguinhos”. Diário de Aveiro |