O geólogo Galopim de Carvalho renova o apelo para a preservação e musealização do antigo barreiro junto ao Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, tratando-se do “único e último testemunho, na região, desse tempo antigo, imediatamente anterior à grande extinção que marcou o fim da Era Mesozóica e o começo dos tempos modernos, com grandes mudanças no clima, na flora e na fauna”, ou seja, de há cerca de 70 a 65 milhões de anos.
Um apelo que se justifica pelo “significado pedagógico e cultural deste património geológico e paleontológico”, escreve Galopim de Carvalho no apelo publicado no blogue do movimento cívico “Amidos d’Avenida”. Um espaço que, acrescenta, “deve ser entendido e preservado como património natural”. Nestas argilas, descreve o geólogo, “foram encontrados fósseis animais e vegetais, que permitem reconstituir uma paisagem tropical, alagadiça, onde, entre outros, viveram dinossáurios, crocodilos, tartarugas e peixes de grandes dimensões”, sendo que entre os fósseis daqui retirados destaca-se a carapaça de uma tartaruga, até então desconhecida, descrita em 1940 por Carrington da Costa, investigador da Universidade do Porto, como espécie nova para a ciência, a que deu o nome de “Rosacea soutoi”, em homenagem ao seu achador, Alberto Souto.
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