Uma antiga fábrica de sal, alguns palheiros e armazéns podem desaparecer do canal de S. Roque, em Aveiro, apagando da memória a atividade ligada à salicultura. Edifícios dos tempos em que o salgado da cidade era uma prospera atividade económica e social. Por isso, ouvem-se apelos para salvar algum algum do património em risco para instalar o museu do sal.
Uma das imagens mais fortes da importância que a produção artesanal de sal teve em Aveiro poderá desaparecer em breve e passar apenas a memória de postal ilustrado. A antiga fábrica de higienização de sal, dois velhos palheiros e outros tantos armazéns de construção mais recente correm sério risco de demolição.
Interesses imobiliários que placas “vende-se”, recentemente colocadas, fazem anunciar no canal de S. Roque, em tempos idos o centro nevrálgico do comércio de sal transportado de várias centenas de marinhas próximas.
O médico José Domingues Maia, conhecido estudioso, proprietário e defensor do salgado local lança um derradeiro apelo para a preservação de algum do edificado que remete para o período áureo da salicultura.
“Um museu vivo onde fosse possível ver um filme sobre a história do sal e sobre como se prepara a marinha. Da mesma maneira que se vai ao museu do pão e ao museu da baleia. Temos umas marinhas mas as visitas são um bocado à balda. Há falta de cultura turística na zona”.
A cidade precisa de um espaço físico museuológico à altura da importância que o salgado teve ao longo do tempo. Desde há vários anos, funciona um ecomuseu com produção de sal ao vivo na chamada marinha da Troncalhada, uma das últimas a funcionar. Diário de Aveiro |