VAGOS: “SANGALHEIROS” CUMPREM PEREGRINAÇÃO MULTI-SECULAR

Chamam-lhe “Sangalheiros”, mas são da paróquia de Ancas. Renovam esta tarde, como em cada última sexta-feira do mês de Agosto, a promessa ancestral para manter viva a tradição, que remonta aos séculos XVII ou XVIII: vão em peregrinação até ao santuário mariano de Vagos para agradecer, com cânticos e ladainhas a Nossa Senhora, o “dom da chuva” que outrora pôs termo a prolongada seca de sete anos.
Comandados pelo juiz da Igreja, Mário Nogueira, e restante mordomia, fazem-se à estrada pelas 14 horas. Percorrem a pé, rasgando o coração da Bairrada por terras de Amoreira da Gândara, Mamarrosa, Troviscal, Sobreiro de Bustos e Palhaça. Repousam nesta última vila, para retemperar forças, e rumam então a Vagos, passando por Sôsa.
São 40 quilómetros bem contados, numa viagem de ida e volta e pernoita em Vagos para os mais “resistentes”, nomeadamente os mais novos. Com a particularidade de, para cumprir a tradição, dormirem no chão, em esteiras, nas instalações do salão paroquial.


Diário de Aveiro


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