PEDRO GOMES, PRESIDENTE DA JUNTA DE RECARDÃES (ÁGUEDA): “A TER QUE EXISTIR AGREGAÇÃO DE FREGUESIAS, NUNCA COM ÁGUEDA”

Estamos a poucas semanas de uma tomada de posição da Assembleia Municipal sobre o tema da agregação de juntas de freguesia. Partilha da opinião de autarcas como Jorge Mendes, da Borralha, quando diz que as freguesias pouco ou nada têm a ganhar com esta reorganização?
Discordo um pouco dessa posição, porque ainda não existe nada que me diga qual a qualidade de vida que as pessoas possam perder. Eu sou favorável à agregação, porque me parece que se ganha em termos de economia de escala, podemos ganhar dimensão. Se tivéssemos uma força que nos unisse, nós conseguíamos fazer mais, porque existem equipamentos que isoladamente as juntas têm, mas se estivéssemos unidos poderíamos realizar um trabalho melhor. Um presidente de junta continuará a ser a pessoa (autarca) que está mais próxima das populações. Como tal, só vejo um contra: num hipotético cenário da junção de duas juntas, o novo presidente de junta, se for de uma localidade diferente da freguesia agregada, é claro que conhecerá menos bem a “nova” freguesia. Esta é a única desvantagem que vislumbro, porque os serviços de proximidade à população continuarão a existir. No caso de Recardães, sou favorável à agregação, menos para o lado de Águeda. E porquê? Porque Águeda tem uma área muito grande, tem o maior número de habitantes do concelho. Se ficássemos, como se tem falado, numa agregação que unisse Recardães, Águeda e Borralha, isso significaria que mais de 35 por cento da população ficaria apenas numa freguesia, o que não me parece que seja útil.

Qual a agregação que poderia ponderar no caso de Recardães?
Eu tenho uma posição pessoal, que não tem necessariamente de ser coincidente com a posição do Pedro Gomes enquanto presidente da junta. Pessoalmente, não deixaria de ver com bons olhos uma eventual agregação com Barrô e Espinhel. São freguesias próximas geograficamente e que, de algum modo, têm ligações de proximidade, e acho que faríamos uma boa freguesia. Institucionalmente, o executivo de Recardães vai batalhar para a freguesia ficar sozinha. Um dos critérios previstos na lei é quem tiver mais que três mil habitantes poderá ficar sozinho, nós temos mais, portanto será essa a nossa posição oficial. A ter que existir uma agregação, nunca com Águeda, mas com outras freguesias limítrofes.


Diário de Aveiro


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