Um consultor técnico levado ao tribunal de Anadia, ontem, pela defesa do homicida da Mamarrosa, colocou a possibilidade do telemóvel que gravou o assassinato de Cláudio Rio Mendes, a 5 de Fevereiro de 2011, ter sido alvo de “manipulação especializada”, ao nível do software.
Segundo adianta a reportagem do site “notícias de Aveiro”, esse testemunho fala de uma forma de “não deixar rasto” de dois ficheiros, possivelmente vídeos, que terão sido apagados do equipamento, e mesmo de “adulteração” de imagens.
São registos vazios de conteúdos que foi impossível de recuperar. Antecedem as imagens (dois filmes) do crime gravados pela sobrinha da companheira de então da vítima alvejada por Ferreira da Silva.
O consultor admitiu que os ficheiros tivessem sido apagados logo na altura da tragédia, com “destreza” de manuseamento do telemóvel, o que se lhe afigura, no seu parecer, incompatível com a agitação dos momentos vividos.
A eventual intervenção posterior no equipamento “não faz sentido nenhum”, garantiu o advogado dos assistentes, José Ricardo Gonçalves.
Devido à proprietária se ter ausentado do país logo após o velório do falecido, o telemóvel ficou nas mãos de um irmão de Cláudio Rio Mendes antes do Ministério Público solicitar a apreensão à ordem do processo. “A Polícia Judiciária já tinha retirado todas as imagens”; esclareceu o advogado da família da vítima.
“Se apaguei alguma coisa, foi por erro”. Liliana Carvalho, dona do telemóvel que gravou as imagens no parque de lazer do Rio Novo, chamada ontem a depor como testemunha, admitiria quando muito ter eliminado fotografias que estivessem “tremidas”. Diário de Aveiro |