VAGOS: SAÍDA POLÉMICA PROVOCA MEXIDAS NO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS

Alegadamente incompatibilizado com o modelo “totalitário” preconizado pelo sistema, o ex-director do agrupamento de escolas de Vagos, António Júlio Castro, bateu com a porta e desvinculou-se da Comissão Administrativa Provisória (CAP) do “novo” agrupamento, para o qual tinha sido nomeado.
Aquele docente, que desde 2009 se encontra ligado ao projecto “Mais Sucesso Escolar”, tipologia Fénix, acabou por ser convidado pela coordenada nacional do projecto. Não recusou o convite, que diz ser o “reconhecimento do trabalho que todos nós fomos capazes de desenvolver”, ao longo dos últimos três anos, e vai agora trabalhar na equipa acompanhando e desenvolvendo o projecto.
Em reunião com Cristina Oliveira, directora regional de Educação do Centro, Júlio Castro explicou as razões objectivas da sua saída, tendo-se despedido dos colegas por carta, com um “até breve”, semanas antes do início das aulas.
Na missiva que lhes dirigiu, o antigo vice-presidente da CAP assume claramente que “deixou de estar do lado da solução”, no reino do “eu posso, eu mando e da escola ao serviço de uma vaidade pessoal”.
Crítico em relação aos problemas existentes, Júlio Castro admite ter questionado a Tutela e que não se conformou. “Pensei nos alunos e nas condições de trabalho dos professores, porque já tínhamos um caminho construído e devia ser potenciado e não destruído”, considera, acrescentando que não entende a escola “numa lógica burocrática e normativa que não consegue vislumbrar o sentido para a acção, a mobilização, a ressonância, o encanto, o desafio… num espírito de uma escola que se põe à prova e usa as autonomias que tem e que hoje até são algumas”. Daí que, conclua, “passei a ser um problema”.


Diário de Aveiro


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