É um verdadeiro "dois em um" para a limpeza da floresta. Primeiro corta o mato, reduzindo drasticamente o risco de incêndio. Depois, acondiciona a biomassa de forma a que esta possa ser facilmente transportada para fora do terreno e rentabilizada como biocombustível. Se a estas duas funcionalidades únicas, numa só máquina, juntarmos o facto da mesma ter o tamanho ideal para facilmente ser acoplada e manobrada por num qualquer tractor agrícola, então "temos a máquina perfeita para os milhares de pequenos e médios proprietários florestais portugueses". Desenvolvida por um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) a máquina de corte e acondicionamento de biomassa "não tem paralelo entre os enormes e caros equipamentos para limpeza florestal existentes no mercado mundial". "Termos a possibilidade de cortar e acondicionar a biomassa dos matos florestais através de uma só máquina que possibilita um trabalho contínuo, mais rápido e eficaz", aponta José Figueiredo, investigador do Departamento de Ambiente e Ordenamento da UA e um dos criadores do mecanismo que quer que se passe a falar menos de incêndios florestais em Portugal. A equipa da UA, ao invés, quer antes ouvir no futuro que os resíduos florestais, "um recurso que tem sido pouco valorizado por falta de equipamentos específicos adequados ao processo", deixou de ser combustível nos incêndios para o passar a ser em sistemas de aquecimento de edifícios. "O equipamento faz um corte contínuo de arbustos através de lâminas móveis alternadas e, através de um rolo de saída, acondiciona a biomassa para que possa depois ser aproveitada", desvenda António Ramos, investigador do Departamento de Mecânica da UA, um dos responsáveis pelo projeto. Através de lâminas de corte, de um rolo com dentes que arrasta o material lenhoso para o interior da estrutura e um segundo rolo que permite a sua saída devidamente acondicionado, esta máquina, que procura empresas interessadas na sua produção, permite actuar em qualquer tipo de terreno. Diário de Aveiro |