Realizou-se no sábado, no Centro Cultural e de Congressos, em Aveiro, o 13º Festival Nacional da Canção Escutista. A organização esteve a cargo do Clã 25 - Aristides de Sousa Mendes de Esgueira, vencedores do festival no ano passado. O vencedor foi o Clã 44 de São Roque, da ilha da Madeira.
Havia representações das regiões de Aveiro, Porto, Viseu, Portalegre, Castelo Branco, Lisboa, Santarém, Setúbal e Madeira. Um total de 11 grupos que atuaram para um auditório de mais de 700 pessoas.
O Fescut realizou-se pela primeira vez em 1999, fruto da iniciativa de 5 jovens caminheiros dos Agrupamentos de Esgueira e Santa Joana (Aveiro).
Este ano, o Fescut volta a Aveiro. Nuno Peixinho, um desses jovens fundadores e atual Chefe do Clã de Esgueira, refere que a organização desta edição é o resultado do trabalho voluntário de muitas pessoas.
"Não foi muito difícil trazer o Fescut a Aveiro porque tivemos o apoio de todo o Agrupamento no sentido de "Vamos em frente com isto". Sendo o trabalho de todo um ano, e sabemos que à boa maneira portuguesa, deixamos as coisas mais importantes para fazer no último mês ou na última semana, coordenar uma organização deste género traz algumas dificuldades pela disponibilidade de pessoas que não são profissionais; são voluntários que despendem do seu tempo para fazer estas coisas. Não foi assim tão complicado. Foi difícil, ocupou-nos muito tempo, mas foi feito e está aqui à vista".
O chefe explica ainda que o Fescut se realizou neste fim-de-semana, mas exigiu vários meses de preparação. "É quase começar a pensar quando ganhámos, há um ano, na Madeira. Obriga a um grande trabalho de organização e de logística. Nós temos cerca de 270 pessoas envolvidas na atividade, fora as 700 ou mais pessoas que estão aqui só nesta noite. Por isso, obriga a um grande trabalho de organização que foi o esforço do nosso último ano escutista”.
O vencedor do Fescut, o Clã 44 de São Roque da ilha da Madeira, ficou com a responsabilidade de organização do FESCUT em 2013. "É um prémio-responsabilidade, como nós chamamos. É esta lógica de ser corajoso ao ponto de nos candidatarmos a uma coisa que sabemos que nos vai trazer trabalho. Mas é um trabalho que é em prol dos outros que estão neste festival e que vem cá para festejar o espírito escutista.", explica o chefe do Clã anfitrião.
Este ano, o lema escolhido foi "(En)contrar a maré", que remete para a busca de um rumo mas também para o combate ao negativismo e à crise de valores. "Nós estamos a falar de jovens dos 18 aos 22 anos, a idade de término da universidade ou de entrada no mercado de trabalho, em que têm alguma dificuldade em encontrar o seu rumo, principalmente nos dias de hoje. Aí surge o outro ponto do "contra a maré" porque, com aquilo que vivemos aqui, temos de alguma forma tentar contrariar aquilo que, regra geral, se fala da crise e da falta de valores. Nós queremos mostrar que ainda há pessoas com valores, que querem fazer alguma coisa em prol dos outros. E que não o fazem a troco de qualquer coisa, mas pela necessidade de uma boa ação e deixar o mundo melhor".
O Agrupamento 136 de Esgueira tem um largo historial no que respeita à música escutista. Nuno Peixinho explica a importância da música e da canção escutista na formação de jovens.
"A música no Escutismo é um meio de passar uma mensagem. A forma de nós vivermos em serviço, de estar próximo do outro e de deixar o mundo melhor, transforma-se em letras de canções. Não estamos aqui a falar de músicas, estamos a falar de canções, com letra e com coisas vividas que eles querem assumir com a coragem de ser caminheiro e que traz o sentido de congregação. É estarmos em cima de um palco a partilhar estes sentimentos e estes valores".
Texto e foto: Afonso Ré Lau Diário de Aveiro |