DAVID PAIVA MARTINS, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE ARADAS: “SE VERA CRUZ E GLÓRIA NÃO FOSSEM AGREGADAS SERIA UM CHOQUE”

No âmbito da reforma do mapa de freguesias, Aradas escapou à agregação. Era o resultado que esperava?
Evidentemente que sim. Mandámos um parecer à Assembleia Municipal dando conta das razões para que a freguesia se mantivesse independente. Há provas de que há cinco mil anos havia aqui uma população residente. Independentemente disso, Aradas é concelho desde 1181 e foi-o continuamente até 1836 - a partir daí passou a freguesia integrada no concelho de Aveiro. Esta é uma unidade sociológica que se mantém coesa e coerente há nove séculos. Destruir isto seria um crime. Aradas é uma das freguesias mais importantes do concelho, a terceira em volume de população, a segunda em crescimento… É uma freguesia com princípio, meio e fim e estar a misturá-la com outras, algumas que nasceram há meia-dúzia de anos, não me pareceria lógico.

Algumas freguesias vão ser agregadas, como a Vera Cruz com a Glória, por exemplo. Não o choca esta solução?
Se a Vera Cruz e a Glória não fossem agregadas aí é que havia um choque para toda a gente. Só praticamente dois ou três indivíduos da Vera Crua e da Glória é que dizem, se calhar por dever de ofício, ‘aqui d’el rei’… Aradas tem tudo - áreas urbanas e rurais. Gerir Aradas não tem nada a ver com gerir a Vera Cruz ou a Glória, que estão na cidade. Nós preocupamo-nos com o cemitério, os passeios, as valetas, as ruas - com tudo e mais alguma coisa. E recebemos muito menos do que eles em termos de recursos financeiros. E para que é que lhe serve o dinheiro? A Câmara é que lhes faz as coisas. Em Aradas todos os anos recebemos menos mas fazemos um trabalho notável e temos as contas todas em ordem - não devemos um tostão a ninguém e pagamos a 30 dias.


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