A Universidade de Aveiro criou um novo serviço de investigação dirigido ao ramo agro-alimentar. Duas dezenas de investigadores, na maioria bioquímicos, alguns dos quais com prémios internacionais, estão prontos a colaborar no desenvolvimento do sector. As empresas precisam de ajuda, sobretudo, para criar produtos em condições de exportar.
Vinho branco sem adição de anidrido para ser ingerido por alérgicos. Borras de café aproveitadas em suplementos que combatem o colesterol. Ou tecnologias de altas pressões que permitem conservar melhor os alimentos.
Em comum, todos estes projetos de investigação têm a chancela da Universidade de Aveiro. Competências agrupadas a partir de agora numa nova plataforma tecnológica agro-alimentar apresentada às empresas do sector.
“Todo o agroalimentar é um setor transversal que bebe sobre a química, a bioquímica e a biologia e é nesta lógica de articulação que trabalhamos”, disse Carlos Pascoal Neto, vice-reitor da UA.
O trabalho em rede deve ser prioritário mas de uma forma mais pragmática, pediu Amândio Santos, presidente da associação PortugalFoods, marca que representa o sector agro-alimentar nacional.
“Colocando as universidades e as empresas a falar a mesma linguagem e desenvolvendo todo o trabalho dos promotores de conhecimento adequado a criação de valor nas empresas. Há que investigar o que produz valor. Não há recursos para andar a desperdiçar. Portugal não tem por princípio trabalhar em rede mas estamos a fazer isso”.
As empresas agro-alimentares portuguesas pedem às universidades maior envolvimento no desenvolvimento de produtos, especialmente para conquitar o mercado externo. Diário de Aveiro |