O reitor da Universidade de Aveiro (UA) criticou, ontem, a redução, “sem paralelo no resto da administração pública”, do apoio público ao Ensino Superior. “Isto apesar das universidades evidenciarem gestões transparentes e equilibradas, não apresentarem dívidas, não terem contribuído para o défice”, sustentou Manuel Assunção, na intervenção da cerimónia do 39.º aniversário da UA.
Hoje, referiu, o apoio público por aluno é “pouco mais de metade dos 5 mil euros que constituíam a referência quando a lei do financiamento foi promulgada”.
O reitor lamentou que se esqueçam de “como é fácil destruir, de repente, aquilo que levou anos de trabalho persistente a consolidar”. E avisou: “Se não percebem o papel das universidades como factor de soberania e enquanto reserva de pensamento estratégico sobre as grandes questões da actualidade, que as universidades têm aliás cada vez mais que assumir, é porque estão desatentos aos melhores exemplos internacionais, provenientes dos países com os quais depois, paradoxalmente, nos gostamos de comparar”. Manuel Assunção receia que as universidades se tenham tornado “demasiado invisíveis aos olhos dos governantes e da opinião pública”.