Quatorze dirigentes da comissão política do CDS/Aveiro apresentaram a sua demissão em bloco em protesto pela forma como foi conduzido o processo relativo às eleições autárquicas. Entre os demissionários contam-se dois vice-presidentes, Fernando Carvalho e Diogo Machado, assim como as vereadoras Maria da Luz Nolasco e Teresa Christo ou o presidente da Junta de Freguesia de Eixo, Carlos Anileiro, eleitos pela coligação PSD/CDS. Recentemente, o primeiro vice-presidente CDS/Aveiro, Ricardo Sequeira, já havia batido com a porta.
Na carta de demissão, os dirigentes denunciam que o processo autárquico está a ser conduzido pela líder concelhia, Maria José França, “à revelia do órgão executivo” do partido e “em evidente incumprimento do regulamento autárquico”.
O presidente do CDS, Paulo Portas, o secretário-geral, o coordenador autárquico e o líder distrital já foram informados das demissões.
Segundo os demissionários, a comissão política concelhia “deixa de existir” com a saída destes 14 membros.
Em causa está o acordo subscrito pelos líderes concelhios do PSD e do CDS para concorrer em coligação nas próximas autárquicas, tendo Ribau Esteves como candidato à Câmara.
Quando se demitiu, Ricardo Sequeira disse que a assinatura do acordo foi um “acto irregular”, já que a coligação “nunca foi objecto de votação na comissão concelhia”.
Recentemente, perto de meia centena de militantes assinaram um requerimento solicitando a convocação de um plenário para debater o assunto, o que não foi atendido pelo partido.
Entre os dirigentes centristas, havia quem defendesse o apoio a uma recandidatura de Élio Maia à Câmara. O actual presidente da autarquia foi eleito em 2005 e em 2009 pela coligação PSD/CDS. Este ano, porém, os dois partidos optaram por candidatar Ribau Esteves, impedido de concorrer em Ílhavo por ter atingido o limite de mandatos.
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