“É PRECISO RECONHECER A ACTIVIDADE DAS BANDAS”

A propósito dos 145 anos da Ban­da Mar­cial de Fermentelos, o Diário de Aveiro falou com o pre­si­dente da direcção. Jor­ge Mendonça mostra-se preocupado com a “ausência de regras específicas” para o exercício da actividade das bandas e instituições similares, subli­nhan­do que não é mera institucionalização do Dia das Bandas Filarmónicas “que resolve o problema de instituições seculares como a nossa e outras bandas”.
Aludindo ao papel do Gover­no nesta matéria, Jorge Me­donça advoga que seria necessário formalizar o exercício des­ta actividade, através da institu­cionalização do estatuto do dirigente e do músico filarmónico. “Se isto não vier a acontecer, com a definição das regras, a situação pode ser muito complicada”, frisa o dirigente, defendendo que se o Governo não definir os prin­cípios orientadores de uma actividade em que con­vivem jovens e menos jovens, onde se juntam os que sabem e que os aprendem músi­ca, onde coabitam diferentes clas­ses sociais, e onde coexistem profissionais das mais diversas áreas, “provavelmente isto vai mesmo acabar”.
Para explicar os constrangimentos que se colocam, Jorge Mendonça dá conta de que um músico tem que se deslocar aos ensaios e concertos, tendo despesas com isso, que têm que ser compensadas pela banda que “está muito limitada do ponto de vista documental”. “Se esta situação não tiver, por parte do Governo, um reconheci­men­to/tratamento adequado, será muito complicado”, sintetiza o dirigente.


Diário de Aveiro


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