Uma agência funerária só de mulheres funciona há um ano na Gafanha da Encarnação. A empresa tem inscrito no cartão de visita prestar serviço de proximidade às famílias enlutadas que é provocado nos agradecimentos dos clientes que foram angariando.
Cláudia Santana, florista de 31 anos, teve a ideia de abrir a agência depois de uma má experiência no serviço fúnebre de um familiar. Desafiou a sogra e mais duas amigas que aceitaram entrar na empresa, todas sem qualquer experiência na atividade. Um ano depois, as quatro mulheres da Gafanha da Encarnação, no concelho de Ílhavo, estão ainda mais entusiasmadas.
“Foi de ver outras agências a tratar sem dar apoio às famílias. É uma falta de respeito. É um momento de dor. Muitas funerárias que abrem fazem um funeral por um e nós temos em média um funeral por mês, o que é muito bom”.
Mária do Rosário, funcionária da Câmara local a caminho da pré-reforma, depois da formação dada por um técnico especializado, ficou a lidar mais de perto na preparação dos defuntos. A longa carreira no atendimento público serviu para ajudar no apoio às famílias enlutadas.
“Houve muitas surpresas na família por que eu ter dado este passo. Pensavam que não era capaz. Não há ninguém que não nos venha agradecer e o apoio é a principal razão desse agradecimento".
Duas irmãs jovens, uma professora primária desempregada e uma enfermeira, pelas suas formações, complementam bem a equipa à frente da agência funerária Santalino que trabalha com sensibilidade feminina num sector onde ainda dominam os homens. Diário de Aveiro |