O PCP de Aveiro revela preocupação pela situação nacional mas não esquece os conflitos na Palestina e na Ucrânia e fala em “ofensiva imperialista, fruto da crise estrutural do capitalismo, empurrando a humanidade para a guerra e para a miséria”.
A DORAV do PCP “repudia de forma veemente” o que diz ser o “massacre do povo palestiniano, levado a cabo pelo estado de Israel de forma impune, com o apoio velado das demais potências imperialistas”.
Em simultâneo fala no processo de “ilegalização do Partido Comunista Ucraniano”, considerando que se mostra o “tipo de regime que a União Europeia e a NATO estão a instaurar naquele país ao colocarem à frente dos seus destinos forças de cariz abertamente fascista”.
Dados revelados no rescaldo da reunião da Direcção da Organização Regional de Aveiro (DORAV) do PCP já em preparação para a festa do Avante.
Com o mês de Agosto a deixar o país a “meio gás”, o PCP diz que a época estival serve para o governo manter a sua ofensiva no “ataque aos direitos dos trabalhadores”, com a crítica centrada na “destruição da contratação colectiva” e o “prolongamento dos cortes nos salários e nas pensões de reforma”.
Lamenta que continuem intocados “os lucros dos grandes grupos económicos e as grandes fortunas” deixando ao Governo o rótulo de “carácter reaccionário”, “favorecendo os que tudo têm e, uma vez mais, sobrecarregando de sacrifícios os trabalhadores, os pequenos e médios empresários e agricultores, os reformados, e todas as outras camadas que vivem do seu trabalho, não da especulação, da agiotagem ou da fuga ao fisco”.
Numa crítica quanto à evolução do desemprego, o PCP não acredita nas anunciadas reduções do Instituto do Emprego e diz que o desemprego real poderá rondar os 90 mil desempregados no distrito.
A crítica à degradação dos serviços públicos, a vaga de privatizações, o encerramento de serviços, o encerramento de escolas, a falência de valências do Serviço Nacional de Saúde e a tentativa de municipalizar educação e saúde são vistas como elementos de uma mesma política.
A leitura política não esqueceu o PS, com o PCP a considerar que o Partido Socialista é “cúmplice com os eixos essenciais” que destruíram a vida de tantos portugueses.
O caso BES e a situação na banca mereceu reparos. “Por mais que várias figuras públicas se desdobrem em apelos à tranquilidade, é evidente a promiscuidade entre este e o anterior Governo e a direcção deste grupo económico, tal como é notória a conivência do Banco de Portugal no ocultar de anos de negócios obscuros e falsificação de contas, de que ainda muito há por conhecer”. Diário de Aveiro |