“A pasta atribuída a Carlos Moedas não é das pastas politicamente mais relevantes - longe disso! - mas, paradoxalmente, é uma das que têm maior margem de sucesso porquanto vai lidar com um domínio - a investigação, a inovação e a ciência - no qual a Europa está em forte desvantagem com o seu principal concorrente, os EUA, desvantagem essa que a União já tentou suprir sem sucesso através da Estratégia de Lisboa, aprovada no Conselho Europeu de Lisboa de 2000”, começa por afirmar João Pedro Dias, a propósito da nomeação de Carlos Moedas como comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação.
O especialista em questões europeias recorda que existe “uma nova tentativa de aposta neste domínio científico e tecnológico”, que se traduz “num orçamento simpático de 80 mil milhões de euros”. Uma verba que, segundo João Pedro Dias, “pode criar condições propícias a um bom mandato, a uma boa surpresa e à transformação duma área secundária numa área de relevo no quadro das políticas comunitárias”. “Falta, agora, ao comissário indigitado o ónus de provar, durante as audições do Parlamento Europeu, que está à altura das responsabilidades que lhe são atribuídas e do crédito de confiança revelado pelo presidente Jean-Claude Juncker”, remata.
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