"SEM PASSAPORTE, FIQUEI PRISIONEIRA DOS MAUS TRATOS"

A violência sobre as mulheres é inqualificável e não tem explicação possível. As vítimas sofrem em silêncio durante anos e, por medo ou desconhecimento, adiam demais uma tomada de decisão. Quando a vítima se encontra a viver com o agressor num país estrangeiro, sem falar a língua autóctone, sem amigos, nem família por perto, sem conhecer as várias respostas que o país de acolhimento dispõe para apoiar vítimas de violência... resta sofrer em silêncio. É o caso desta entrevistada. Russa, veio com o marido para Portugal, como milhares de imigrantes dos países de Leste, à procura do “El Dourado”. Contudo, a vida que encontrou ao lado daquele que lhe prometia mundos e fundos nunca chegou a brilhar. “Ele bebia muito, desde sempre. Mesmo antes de virmos para Portugal. Vivíamos com os meus pais e ela já era violento, cheguei a expulsá-lo de casa, porque todos sofriam muito com a situação”, contou ao Diário de Aveiro, lamentando o dia em que decidiu seguir o marido, imigrado em Portugal. “Acreditei em promessas: que ia mudar, que ia deixar de beber, que is fazer um tratamento ao vício do álcool”.


Diário de Aveiro


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