O homem de 64 anos suspeito de ter abusado sexualmente de cinco menores, três das quais frequentavam a sua residência, por estarem ao cuidado da sua mulher, optou pelo silêncio, ontem, no Tribunal de Aveiro.
Apesar de o julgamento decorrer à porta fechada, com exclusão de publicidade, o Diário de Aveiro apurou que o reformado, acusado de 31 crimes sexuais, não quis prestar declarações sobre os factos de que é acusado.
O colectivo de juízes começou, assim, a ouvir as testemunhas de acusação, supondo-se que sejam necessárias entre quatro a cinco sessões para a prova testemunhal.
Uma das pessoas chamadas a depor foi uma mulher, alheia aos envolvidos, de quem terá partido a primeira denúncia. A testemunha-chave, residente na localidade de Póvoa do Paço, em Esgueira - onde, alegadamente, os crimes foram cometidos - terá recordado uma conversa que ouviu, entre uma vizinha sua e uma das vítimas, com esta última a contar que estava a ser ameaçada pelo arguido e a descrever as práticas a que tinha sido sujeita.
A contrastar, fora da sala de audiências, reinava a revolta, com as mães das ofendidas, que também já começaram a ser ouvidas (as menores prestaram declarações para memória futura), a pedirem “que se faça justiça”. “A minha filha tem hoje 16 anos e ainda continua com pesadelos e a ser acompanhada por psicólogos. Só quero que ele seja condenado e fique muitos anos preso”, dizia uma das progenitoras, indignada.
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