BOIALVO: MEIA CENTENA DE OLIVEIRAS CORTADAS PELA CALADA DA NOITE

Meia centena de oliveiras e três laranjeiras foram cortadas pela calada da noite, de sexta-feira para sábado, na povoação de Boialvo, na freguesia de Avelãs de Cima (Anadia).
António Quinta é o proprietário dos dois terrenos “visitados” e ainda mal refeito do choque revelou a JB que tudo aconteceu pela calada da noite, do dia 4 para 5 de março.
Aos 64 anos, ele e a esposa vivem da agricultura. É no amanho da terra e na criação de gado que tiram o sustento para o dia a dia.
A JB diz nunca ter sido alvo de atos semelhantes e confessa que jamais lhe passaria pela cabeça ser vítima de “tanta maldade”.
Produtor de azeite vai para mais para 15 anos, é um dos maiores (senão mesmo o maior) produtores de azeitona e azeite da povoação. Tem mais de 400 oliveiras, mas acaba de perder meia centena delas, devido a um ato criminoso.
Foi um filho seu que deu o alerta quando foi a uma das propriedades e se deparou com um cenário devastador.
As três carreiras de oliveiras (um total de 38) com 13 a 15 anos, da espécie cordovesa, que já se encontravam em botão, foram totalmente dizimadas. Não escapou uma. As três filas de oliveiras foram “cortadas a motosserra”, diz.
As árvores continuam espalhadas pelo terreno, mas o proprietário já denunciou o caso e pretende apresentar uma queixa na GNR contra desconhecidos.
Numa outra propriedade que possui na localidade, foi o próprio António Quinta e a esposa, ao início da tarde de sábado, a darem conta de outra situação quando se preparavam para apanhar comida para o gado.
Nesta parcela não escaparam as oliveiras novas, nem as centenárias, que herdara dos seus antepassados, assim como três jovens laranjeiras também foram “vítimas” da motosserra.
A esposa acabaria por se sentir mal e perder os sentidos ao ser confrontada com um cenário que jamais esquecerá.
O sexagenário avançou a JB que o crime terá acontecido durante a noite e que o(s) seu(s) autor(es) poderão, alegadamente, ter utilizado uma motosserra com bateria para não fazer muito barulho.
António Quinta faz agora contas aos prejuízos e diz que podem ascender a mais de 12 mil euros.
“Repare que só daqui a uns sete anos é que vou poder voltar a tirar rendimento destas árvores que já se encontravam em plena produção. É uma dor grande ver isto tudo assim”, lamenta.
Os contornos deste caso estão a ser investigados pela GNR que esteve no local. Contudo, o agricultor admite que o facto das árvores terem ficado no local, o autor deste crime poderá ser alguém que tenha agido num contexto de vingança. Esta é, para já, a sua maior convicção, porque não encontra outra justificação para o sucedido. A JB diz ainda que numa das propriedades eram visíveis marcas de pegadas e rodados de um veículo que poderá eventualmente ter sido usado pelo(s) criminoso(s).
Catarina Cerca


Diário de Aveiro


Portal d'Aveiro - www.aveiro.co.pt