PROFESSOR COMEÇOU A SER JULGADO POR CRIMES SEXUAIS |
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O Tribunal de Anadia começou ontem a julgar à porta fechada um professor de 49 anos acusado de sete crimes sexuais envolvendo várias alunas de 11 a 13 anos do colégio onde leccionava.
O professor, que durante 20 anos deu aulas no Colégio Salesiano de S. João Bosco, em Mogofores, Anadia, é suspeito de alegadas práticas sexuais com raparigas entre os 11 e os 13 anos no seu gabinete, entre 1997 e 2002, denunciadas à direcção do Colégio por familiares.
O Colégio instaurou um inquérito ao docente, que leccionava Educação Visual e Tecnológica, e deu conhecimento à Inspecção-Geral de Educação e à Polícia Judiciária.
Em 19 de Março de 2003 acabaria por ser detido pela Polícia Judiciária e levado à presença de um juiz, que determinou a suspensão da sua actividade como professor e a proibição de contactar com as alegadas vítimas.
Afirmando a sua inocência, o professor, representado pelo advogado António Ribeiro, de Cantanhede, requereu a abertura de instrução, mas acabou por ver o juiz de instrução decidir levá-lo a julgamento, que começou hoje com um colectivo presidido pelo magistrado judicial Paulo Valério.
No início da audiência, Paulo Valério determinou que o julgamento decorresse à porta fechada, dado estarem em causa crimes sexuais e as vítimas serem menores.
Durante o dia de hoje são ouvidas as testemunhas de acusação, tendo ficado para terça-feira a audição das testemunhas arroladas pela defesa.
Entre estas conta-se Adelino Novo, advogado e amigo do professor, que disse aos jornalistas conhecer o arguido há 20 anos e "não ter elementos que lhe indiquem que pudesse, em consciência, cometer tais actos".
"Ele também é pai", sublinhou, ainda que admitindo que as pessoas possam ter um lado negativo da sua personalidade que não revelam.
"Não sei se cedeu perante as fragilidades da carne, apesar das defesas que a educação confere, mas não lhe conheço rigorosamente qualquer antecedente", acrescentou.
Diário de Aveiro |
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