BOM PARA O NEGÓCIO É PORTUGAL GANHAR

Maria da Conceição é mais uma das vozes que pedem um título europeu à selecção portuguesa de futebol, mas não se trata apenas do nacionalismo a "falar", é também o interesse comercial. "Se Portugal continuar a ganhar, pode ser um bom mês de Junho", garantiu a vendedora de cachecóis, bandeiras e camisolas, que tem "quase toda a época, tirando os jogos nas Antas" a banca montada num pequeno desvio na estrada que liga a Curia à Anadia. "Quero, como todos querem, que Portugal seja campeão", afiançou Maria da Conceição, que até "nem percebe nada de futebol". "Mas já fui ao novo estádio do Porto. O meu filho de nove anos também gosta muito do clube. Uma vez na vida temos que perder o amor ao dinheiro. É um estádio muito bonito", comentou. Apesar de estar entre as duas localidades que servem de "quartel-general" para a selecção da Letónia, a vendedora deve continuar a apostar nos produtos lusos porque "se não se venderem agora, vendem-se sempre mais tarde". "Isto aqui é como uma loja, as pessoas já me conhecem. Também costumo ir vender às Antas. A Lisboa é que não vou, não gosto", afirmou a confessa "portista", enquanto vendia dois lenços com a bandeira portuguesa. "Se eu levar dois, faz-me cada um a um euro?", perguntava a cliente, que viu o seu pedido de "desconto" satisfeito. Menos sorte teve um outro interessado nos produtos futebolísticos da banca, que nem por comprar um cachecol comemorativo do triunfo do FC Porto na final da Liga dos Campeões teve direito a um preço de saldo. "O cachecol de Portugal custa 5 euros e o do Porto é 7,5 euros. É mais caro porque paga direitos. São como os do Benfica e Sporting, são dos oficiais", explicou Maria da Conceição, adiantando que só vende camisolas das quinas não oficiais. "A Euro2004 não deixa vender as oficiais", lamentou.
Diário de Aveiro


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