Pais de alunos que frequentam o Instituto Duarte Lemos, na Trofa, concelho de Águeda, pediram uma reunião ao presidente da Câmara de Águeda para perceber se há frutos das diligências que a autarquia está a diligenciar junto do Governo a propósito da redução dos contratos de associação.
Os encarregados de educação decidiram tornar pública a sua “tristeza, indignação e preocupação” face à não abertura de novas turmas do 5º e 7ºs anos.
O Instituto Duarte de Lemos é uma Escola com Contrato de Associação criada em 1997 como forma de responder a crianças de Óis da Ribeira, Travassô, Trofa do Vouga, Segadães, Lamas do Vouga e Serém). Os pais dizem que 45% da sua população estudantil é “beneficiária de subsídios de ação social escolar”.
Os pais salientam que a escola “não faz seleção de alunos”, garantindo acolhimento a “crianças de todos os estratos sociais” e “um número considerável de crianças com Necessidades Educativas Especiais de caráter permanente” para além de cinco crianças institucionalizadas.
Os pais alertam o Governo para o facto de considerarem que as Escolas do Município não teriam capacidade para absorver os 600 alunos que frequentam o IDL, os que frequentam o Colégio Sra. da Assunção (Famalicão), o dos Salesianos (Mogofores) e o de Albergaria. E lembram que Águeda é um concelho em crescimento económico a atrair mais gente.
“No entanto, se o previsível encerramento do IDL no final do ano letivo de 2016/2017 for uma realidade, quando aumentar a necessidade de resposta, não haverá solução a menos que se exportem os nossos filhos para os concelhos vizinhos, tal como previsto no estudo do Ministério da Educação que considera, como escolas de acolhimento das crianças e jovens do IDL, as escolas EB de Eixo e de S. João de Loure”.
A solução apontada de colocar alunos em Albergaria não parece colher a simpatia dos pais que avisam para constrangimentos no concelho vizinho. “Ainda no que respeita a esta solução prevista no referido estudo, parece-nos inaceitável mandar os nossos alunos para o concelho de Albergaria quando o mesmo estudo prevê a abertura de 2 turmas nos 5º, 7º e 10º anos no Colégio de Albergaria, por insuficiência de resposta de uma das escolas que lá necessita de obras”.
A critica dos pais é dirigida à Secretária de Estado da Educação pela forma como anunciou as mudanças na relação com as escolas. “Volvidas estas semanas a Direção do IDL ainda não recebeu qualquer ofício a informar da decisão do Ministério da Educação. É o maior de todos os desrespeitos pelas crianças, jovens, pais, funcionários, professores, diretores e proprietários. Igualmente injustificável é o facto de não terem chamado o executivo municipal a pronunciar-se sobre a situação, uma vez que é o órgão que melhor conhece a sua realidade territorial”.
O Instituto Duarte de Lemos que encerrou o ano letivo sob o signo da incerteza com o habitual “Sarau Cultural”. Esta festa contou com a participação de 150 alunos e ex-alunos na participação do sarau de ginástica, 70 alunos no Club Play, 16 na opÁ – Orquestra percussiva de Águeda, 38 do Núcleo da Dança – Ar(e)s Dènsaio, e 10 alunos das aulas de Mandarim. “Estes mostraram bem o que é ser IDL, o que é ser um aluno que vive intensamente cada segundo desta grande família, o verdadeiro espírito da nossa escola”.
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