O PCP de Aveiro acusou hoje o Governo de "atirar areia aos olhos das populações" ao anunciar novas verbas para cinco projectos do plano de investimentos da administração central (PIDDAC) para o distrito que diz estarem parados desde 2000. "É um insulto ao distrito de Aveiro", disse João Frazão, da direcção da organização regional de Aveiro (DORAV) do PCP, durante uma conferência de imprensa para divulgar a posição daquele partido em relação às propostas do governo para a região. Segundo o responsável, os cinco principais projectos do PIDDAC 2005 para Aveiro, que desde 2000 ocupam mais de metade da dotação, não tiveram qualquer evolução. O dirigente comunista anunciou que a DORAV vai mesmo solicitar ao grupo parlamentar do partido que questione o Governo sobre a avaliação que faz da execução dos cinco principais projectos do PIDDAC para Aveiro. Em causa está o terminal ferroviário de Cacia, as ligações rodoviárias e ferroviárias ao Porto de Aveiro, a nova Estação de Espinho, a modernização da Linha do Norte e o programa de modernização e investimento empresarial "PRIME". Desde o ano 2000 a serem consagrados com mais de metade das dotações no PIDDAC, esses cinco projectos ainda não tiveram qualquer concretização, segundo o PCP, que questiona o destino das verbas inscritas nos sucessivos anos "porque do dinheiro do Orçamento de Estado não tem sobrado nada". A conclusão, segundo João Frazão, é a de que "foi usado noutras obras, ao sabor das conjunturas e interesses do governo, mas seguramente que não foi gasto no distrito de Aveiro". Por isso o dirigente comunista diz que o PIDDAC "tem sido um imenso saco, ora rosa, ora laranja", com "dezenas de obras inscritas há vários anos, sem qualquer execução e com verbas irrisórias, com o único objectivo de encher o documento e atirar areia para os olhos das populações". O PCP salienta ainda que a proposta governamental corresponde a uma quebra de 37 milhões de euros, relativamente a 2003, num ano em que o total nacional aumenta seis por cento, sendo a dotação global para o distrito inferior aos valores do ano 2000.Diário de Aveiro |