Cerca de três dezenas e meia de extensões de saúde da Região Centro deverão encerrar, por disporem de menos de uma centena de utentes, mas a medida só será posta em prática quando forem criadas alternativas. "Cada caso é um caso, e as extensões de saúde não serão encerradas se não se houver alternativas", independentemente do número de utentes, afirmou hoje uma fonte do gabinete do presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC). São 34 as extensões de saúde inventariadas, na sequência da limpeza dos ficheiros clínicos, com uma centena, ou menos, de utentes inscritos, sobre as quais paira agora a ameaça de encerramento. Dos seis distritos abrangidos pela ARSC, o de Coimbra é o mais afectado, com o eventual encerramento de 18 extensões de saúde, seguido pelos de Castelo Branco (8), Guarda (4), Leiria (3) e Viseu (1). Aveiro é o único distrito da Região sem extensões de saúde com menos de 100 utentes. Para "assegurar os melhores cuidados de saúde às populações", a ARSC está a procurar alternativas para os encerramentos a concretizar, em articulação com os centros de saúde, as juntas de freguesia e câmaras municipais, refere uma nota de imprensa da Administração Regional de Saúde. Em resposta aos eventuais opositores ao encerramento, a ARSC afirma que "é uma falsa segurança" manter essas extensões de saúde abertas, porque "a doença não está limitada a consultas de duas horas por semana, chega sem avisar". "É fundamental repensar o sistema, planear para facilitar o acesso e obter a capacidade necessária para dar resposta diariamente às necessidades dos doentes", considera. A mesma fonte do gabinete do presidente da ARSC aponta como exemplo as "boas alternativas" já postas em prática para os utentes de extensões de saúde encerradas nos concelhos de Soure (distrito de Coimbra) e Castro Daire (Viseu). Em Soure, a autarquia assegura o transporte dos doentes para efectuarem as consultas no centro de saúde. Em Castro Daire foi adquirida pela sub-região de saúde de Viseu uma unidade móvel para a deslocação dos doentes. "A ARS Centro pretende efectuar as mudanças necessárias para a melhoria dos cuidados primários de forma tranquila, assente no rigor e na competência, e alicerçada numa única preocupação - o utente", refere a instituição na mesma nota de imprensa.Diário de Aveiro |