A freguesia de Soza vai ser a primeira freguesia do concelho de Vagos a ter “o ciclo urbano da água fechado”. Quem o afirmou foi o autarca de Vagos, Silvério Regalado, durante o ato público da consignação e arranque das obras das Águas Residuais de Soza e Salgueiro, que teve lugar no passado dia 27 de outubro, pelas 16h, junto à extensão de saúde de Soza e, pelas 16h30, junto ao largo da Feira de Salgueiro.
As obras estão a cargo da AdRA – Águas da Região de Aveiro, num investimento total de 2,19 milhões de euros.
Na ocasião e perante várias dezenas de convidados, Silvério Regalado explicou que a intervenção simbólica marca o arranque da obra, que terá a duração de um ano.
“Soza será a primeira freguesia do concelho de Vagos a ficar com uma taxa de cobertura de saneamento muito próximo dos cem por cento”, diria, acrescentando que este dado é “importante e histórico” naquilo que é o trabalho que a autarquia tem feito em conjunto com a AdRA, ainda que reconheça que o processo tem sido “difícil e conturbado, mas positivo”, com base no “diálogo.”
Silvério Regalado sublinharia ainda que a freguesia de Soza será a primeira a ter abastecimento de água e saneamento básico a quase cem por cento, o que considerou ser “um dado extremamente importante do ponto de vista ambiental”.
Saneamento básico em todo o concelho até 2021. Daí, ter plena convicção de que “até 2021 conseguiremos levar a cabo o nosso objetivo, que é ter cerca de cem por cento de saneamento básico no concelho”.
Um objetivo que reconhece seria impossível de atingir, caso fosse só o município a fazer o investimento. Por isso mesmo, defendeu que o projeto da AdRA é “um projeto de referência a nível nacional”.
Ciente do muito que ainda há por fazer nesta área, o edil vaguense reforçou que “é preciso lembrar que a AdRA é um projeto muito recente (2009) que tem feito o seu percurso, mas que apanhou uma das piores fases do país no contexto económico-social”.
Durante a cerimónia, apelaria à compreensão de todos porque estas obras de saneamento são sempre obras difíceis e que no concelho deixaram más memórias. Daí ter apelado aos empreiteiros (Vitor Almeida & Filhos e Tecnorém) para que realizem estas empreitadas “com empenho e qualidade”.
Obra vai exigir paciência e compreensão. Fernandez Thomaz, presidente do Conselho de Administração da AdRA, sublinhou ter sido o concelho de Vagos um dos concelho onde a AdRA começou a fazer obra de forma mais intensa: “não foi fácil em Vagos como também não foi nos outros nove concelhos, mas estamos orgulhosos do trabalho realizado e muito confiantes e esperançosos naquilo que está hoje a arrancar.”
Duas empreitadas que na sua opinião “devem agradar a quem aqui vive, porque passará a ter uma infraestrutura que irá elevar de forma significativa os níveis de saúde pública desta freguesia”.
No Salgueiro, serão 15 quilómetros de condutas gravíticas e elevatórias, sete estações elevatórias e a construção de 730 ramais. Já em Soza são 13 quilómetros de condutas, mais seis estações elevatórias, mais 470 ramais, num total de 30 quilómetros de condutas.
Um investimento avultado, numa obra que terá impactos inevitáveis no território: “Peço paciência a todos os vaguenses que vivem nesta freguesia para os incómodos que esta obra vai causar”, diria.
Ciente desses transtornos, apelou ao esforço dos empreiteiros para que a obra seja terminada dentro do prazo previsto, mas também para que, logo que possível, sejam feitas as repavimentações para não deixar as valas em terra, com lama e chuva, durante muito tempo.
“Não podemos ignorar que vão ser abertas valas que vão destruir uma parte do pavimento e durante algum tempo essas valas vão ter terra, o que vai gerar incómodos”, frisou, ao mesmo tempo que pediu aos empreiteiros para que mantenham um canal de comunicação permanente e intenso com a Junta de Freguesia para analisar diariamente os desvios de trânsito e sinalizações a fazer diariamente e acima de tudo as prioridades da frente de obra.
Na ocasião, deixou a indicação de que a AdRA fará uma vigilância permanente à obra, estando ainda em processo de contratação de uma equipa de fiscalização externa, que irá acompanhar a sua execução técnica.
A terminar, Fernandez Thomaz apelou à população no sentido de fazer as ligações à rede, após a conclusão da obra: “só assim uma obra desta envergadura faz sentido.”
Catarina Cerca
catarina.i.cerca@jb.pt
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