A eurodeputada Ilda Figueiredo lamentou hoje que a pré-campanha para as legislativas esteja a servir para discutir "fait divers" e não questões importantes como as dificuldades dos agricultores, que "nem conseguem pagar a Segurança Social". Em declarações à Agência Lusa durante uma visita à feira de Lamego, acompanhada pelos candidatos a deputados da CDU pelo círculo eleitoral de Viseu, Ilda Figueiredo realçou "o descontentamento dos agricultores com as políticas do Governo". "Disseram que têm muitas dificuldades para escoar os seus produtos, nomeadamente o vinho, e que não têm um mínimo de rendimento. Muitos nem conseguem pagar a Segurança Social", lamentou a cabeça de lista por Aveiro. Por outro lado, "há as intempéries, que castigam os produtores, nomeadamente os de fruta", e como "têm de pagar muito dinheiro para ter um seguro, não conseguem suportar essa despesa", acrescentou. Na visita à feira de Lamego, Ilda Figueiredo ouviu queixas de feirantes, que perto da hora de almoço diziam ainda não ter ganho sequer "dinheiro para pagar a licença à Câmara". Segundo Ilda Figueiredo, "os jovens mostraram também um grande descontentamento por não terem saídas profissionais na região", o que os leva a abandonar a sua terra à procura de emprego. Com tantos problemas por resolver, a eurodeputada critica que outros partidos "optem por andar a discutir fait divers", em "disputas profundamente lamentáveis, que só dão uma má imagem da política". "Há um enorme descontentamento das pessoas e uma vontade de castigarem as políticas de direita", frisou à Lusa, acrescentando ter sentido "uma grande simpatia para com os candidatos da CDU". "Sabemos que ainda há muitos complexos relativamente à CDU, mas eles estão a diminuir, mesmo no interior do país, porque as pessoas conhecem a nossa acção, quer no Parlamento Europeu, quer na Assembleia da República, nomeadamente na defesa da agricultura e da Casa do Douro e dos seus associados", afirmou. Sobre o debate de hoje à noite, entre José Sócrates (PS) e Santana Lopes (PSD), Ilda Figueiredo condenou que não tenha sido dada possibilidade a todos os partidos de exporem as suas propostas para o futuro do país. "Será um debate sem respeito pelo pluralismo que se impunha num Portugal democrático", criticou.Diário de Aveiro |