A segunda versão do estudo prévio do projeto de requalificação do Rossio deverá ser apresentada dentro de dias e uma das novidades será a redução das entradas e saídas a uma única rampa de acesso ao estacionamento.
O financiamento do projeto é, nesta altura, a peça que falta para a confirmação da sua inclusão na reabilitação do Rossio.
Ribau Esteves adiantou a informação esta noite em Assembleia Municipal depois da intervenção de um representante da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta.
Rui Igreja, da MUBi, lançou o debate salientando que o estacionamento vai atrair mais carros ao centro da cidade mantendo a classificação de projeto “anacrónico, inútil e nefasto capricho” (com áudio).
“O que a MUBi, com algumas dezenas de horas de trabalho constatou e concluiu, a autarquia, apesar de pagar estes estudos com dinheiros públicos, não o faz. A única conclusão que retira é a de que a exploração comercial de um parque de estacionamento com 263 lugares seria economicamente viável”.
A MUBi defende que o projeto é baseado num “modelo obsoleto da dependência do automóvel” e padece de “graves omissões” e aponta algumas lacunas.
“Omite instrumentos como os planos intermunicipal e municipal de mobilidade e inclusivamente o plano de mobilidade sustentável do próprio PEDUCA; Ignora e contraria as indicações do Governo de transferência do veículo motorizado individual para modos mais sustentáveis, de redução da presença de automóveis nos centros das cidades, e de Portugal dentro da próxima década alcançar a repartição modal da bicicleta média europeia de 7-8%; É vazio de uma política e estratégia de mobilidade sustentável. Não tem qualquer enquadramento com o planeamento e ordenamento da cidade”.
Uma das referências foi dirigida em concreto aos deputados municipais acusados de votarem a favor de uma política que contradiz votações noutros dossiês.
“A este respeito, solicitamos aos Grupos e Deputados Municipais que se pronunciem acerca da credibilidade que tem esta Assembleia Municipal quando se manifesta favoravelmente a um projeto que contraria as orientações que a Assembleia aprovou e com as quais se comprometeu”.
Ribau Esteves reafirma que o projeto é inatacável em termos legais por cumprir todas as obrigações e deliberações dos planos e programas de financiamento.
Insiste na importância de garantir a redução do tráfego automóvel e revela que as participações públicas foram reduzidas replicando apenas a oposição ao projeto.
Poucas horas depois de uma reunião com Rui Igreja, o autarca de Aveiro disse que todas as partes conhecem os argumentos e que estaria a repetir tudo o que já tinha sido dito (com áudio).
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