O Centro Recreativo Murtoense, um dos espaços culturais icónicos da Murtosa será alvo de reabilitação pela Câmara Municipal da Murtosa, numa empreitada orçada em cerca de 540 mil euros lançada recentemente. Depois da intervenção, o imóvel será alocado às dinâmicas culturais e formativas da autarquia.
O Município da Murtosa lançou recentemente o concurso público da empreitada de recuperação e requalificação do edifício do Centro Recreativo Murtoense.
O histórico imóvel, agora propriedade da Câmara Municipal, foi mandado construir pela direção do Centro Recreativo Murtoense para sua sede e para teatro-clube, em 1929. O projeto foi idealizado por J. Villar, tendo o espaço sido inaugurado no dia 27 de setembro de 1931.
Com esta intervenção, orçada em 539,344,05€, o Município tem a pretensão de dotar o edifício de melhores condições de funcionamento, recuperando as caraterísticas essenciais do imóvel, através da eliminação ou correção um conjunto de alterações que lhe foram sendo introduzidas ao longo dos anos.
No âmbito da intervenção será feita a recuperação da tela, que encima o palco da sala de espetáculos, sobre a temática da “Arte Xávega”, pintada, em 1950, pelo conceituado artista plástico Murtoseiro Dimas Macedo, já falecido, naquele que foi, provavelmente, um dos primeiros testemunhos artísticos públicos do genial criador.
Esta empreitada dá continuidade à política de reabilitação urbana implementada no concelho, da qual a autarquia tem sido agente ativo de dinamização. Neste âmbito, a edilidade tem vindo a proceder à requalificação e adaptação a novos usos de um conjunto de edifícios públicos relevantes, de que são exemplos o Arquivo Municipal (Casa Tavares Gravato), a COMUR-Museu Municipal (antigas instalações da Fábrica de Conservas da Murtosa), Casa das Gerações – Biblioteca Municipal (antigos Paços do Concelho), Oficina de Artes (antiga Escola Primária Pardelhas-Monte) e agora o edifício do CRM.
A Câmara Municipal da Murtosa, na qualidade de entidade proprietária e gestora do espaço, tem a pretensão de manter o edifício na esfera do serviço público, através da sua alocação ao desenvolvimento das políticas culturais e formativas da autarquia, possibilitando, ao mesmo tempo, que a coletividade aí instalada continue a desenvolver a sua atividade.
Após a reabilitação, o edifício integrará a rede de dinamização integrada e polinucleada de formação artística para as crianças e jovens do concelho, alargando o espetro de disciplinas oferecidas já hoje, pela Oficina de Artes. Pretende-se, desta forma, distribuir por um conjunto de espaços municipais reabilitados a panóplia de disciplinas artísticas, “especializando”, de certa forma, cada um dos imóveis, através da criação de condições técnicas para o acolhimento das valências respetivas, como já acontece atualmente com a música e a pintura na Oficina de Artes.
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