ÁGUEDA: PROCESSO DE EMPRESA NO CASARÃO ACABA EM TRIBUNAL. PS PEDE DEMISSÃO DO PRESIDENTE DA CÂMARA.

O Partido Socialista de Águeda pede a demissão do presidente da Câmara de Águeda por considerar que Jorge Almeida mentiu à Assembleia no processo sobre a eventual instalação de uma central de betão e betuminoso no Parque Empresarial do Casarão a cargo da Socibeiral.

O executivo Aguedense tem estado debaixo de fogo, acusado pela oposição de permitir o processo e de permitir que a empresa se vá instalando, mas reagiu sempre dizendo que a única autorização dada era para a limpeza de lotes destinados ao investimento, fazendo depender essa autorização do Estudo de Impacte Ambiental.

Agora a empresa vem a público dizer que tudo o que fez foi autorizado pela câmara e diz que o recuo se fica a dever a pressão política (com áudio).

Presente na reunião da Assembleia Municipal de Águeda, o representante da empresa, Élio Cardoso, lamentou a imagem negativa, acusou o executivo municipal de cobardia política e assumiu que vai pedir contas em Tribunal (com áudio)

Jorge Almeida e Élio Cardoso numa troca de palavras na Assembleia Municipal de Águeda a propósito da instalação de uma empresa de betuminoso no parque do Casarão.

As obras de construção da unidade industrial de produção de betão pronto e misturas betuminosas do Grupo Embeiral, no Parque Empresarial do Casarão, ganharam visibilidade no verão e foi nessa altura que a GNR foi chamada ao parque para travar o avanço.

O autarca diz que nunca assinou qualquer documento a autorizar a instalação da empresa e considera abusiva a colocação de material da central naquele local. Jorge Almeida anuncia que vai pedir a retirada (com áudio)

O debate mantido em Assembleia Municipal dias depois do anterior autarca, Gil Nadais, ter acusado o sucessor de promover uma instalação que, na origem, não era para ter cabimento naquele parque.

Agora na condição de secretário-geral da Abimota, Nadais criticou a forma como o seu antigo vice geriu todo o processo, lembrando os propósitos da criação do espaço empresarial para uma economia mais verde.

O movimento independente que gere os destinos de Águeda está sob pressão e o PS pede a demissão do autarca.

José Marques Vidal, Presidente da concelhia socialista, reafirma que é contra a instalação de empresas que ponham em causa a qualidade ambiental e que não tragam mais valias evidentes para o concelho.

Fala em “erro político e estratégico” da autarquia ao “permitir a instalação de uma empresa de betão, com carga poluidora, tecnologicamente obtusa, desenquadrada dos objetivos do parque, sem impacto ao nível do emprego (somente 8 empregos!!) e sem mais valias evidentes para o concelho, o que só por si coloca dúvidas sobre as razões que levaram a essa aprovação”.

E não entende como foi possível que autarcas e serviços camarários deixassem decorrer a instalação da empresa durante cerca de mês e meio, com remoção de milhares de metros cúbicos de terra e construção de estruturas de betão.

Critica ainda a iniciativa do autarca de pagar 10 mil euros por um estudo sobre empresas de betão e betuminosos para tentar encontrar resposta para as dúvidas levantadas.

Convencido que o autarca “mentiu” à Assembleia Municipal quando afirmou que nem os autarcas, nem os fiscais, nem os membros do gabinete do parque tinham conhecimento algum sobre a instalação “abusiva” da empresa, o PS entende como “inadmissível e inaceitável” esse comportamento.

“Sr. Presidente da Câmara Municipal de Águeda, quem mente numa Assembleia não tem dignidade para ocupação do cargo, obviamente demita-se”.

 

 


Diário de Aveiro


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