A seca em Portugal agravou-se durante o mês de Abril, que termina hoje, ao registar uma precipitação 39 por cento abaixo da média acumulada nas últimas seis décadas (1940/41 a 1997/98), revela um relatório do Instituto da Água. O boletim de precipitação mensal do INAG - Instituto da Água comprova que não se cumpriu este ano o ditado "Em Abril águas mil" e que a chuva foi ainda mais escassa (44 por cento abaixo daquela média) quando se refere ao valor acumulado desde Outubro passado. Os dados, divulgados hoje pelo INAG na sua página da Internet, baseiam-se nas medições de precipitação em 42 estações espalhadas do norte ao sul do continente. Somando a chuva que caiu desde Outubro, a região sul foi a mais fustigada, ao ficar 88,5 por cento abaixo da precipitação média acumulada de 1940/41 a 1997/98. Seguiu-se o norte (49 por cento abaixo da média das últimas seus décadas), o centro (46 por cento) e o Algarve (36 por cento). Contando só a chuva do mês Abril, também a região norte foi a que teve pior resultado (49 por cento abaixo da média), seguida pelo centro (46 por cento), sul (22 por cento) e Algarve (nove por cento). No final da primeira quinzena de Abril, 80 por cento de Portugal foi colocado pelo Instituto de Meteorologia em níveis de seca extrema ou severa. A falta de chuva naquela quinzena agravou a situação de seca do país face aos últimos quinze dias de Março (quando 60 por cento do território registava aqueles níveis de seca). Segunda-feira, a Comissão para a Seca 2005 divulga um balanço da segunda quinzena de Abril, mas o presidente do Instituto de Meteorologia disse sexta-feira à agência Lusa que "não há melhoria" em relação aos primeiros quinze dias de Abril.Diário de Aveiro |