Alcançada uma das melhores classificações dos últimos anos, o defeso futebolístico reveste-se de grande importância para o futuro do Águas Boas. Primeiro o clube irá a eleições, depois espera que as novas infra-estruturas (novo campo e iluminação) sejam uma realidade no início da nova época. Clube sem dívidas Há nove anos à frente do Águas Boas, Rui Rocha não tem descurado nenhuma vertente. No campo desportivo, o seu clube do coração alcançou um excelente sexto lugar, apostou em mais uma equipa de formação, iniciados, que se juntou à de escolas e infantis, inaugurou a sede, e continua a piscar o olho à Câmara Municipal para dotar o clube de melhores infra-estruturas. A semana é de eleições e ainda não sabe de irá continuar como presidente, deixando uma porta aberta para outras funções. -Que balanço faz da época agora finda? -É um balanço positivo, dentro das expectativas traçadas no início de época. O grupo de trabalho portou-se bem, apontámos baterias para ficar a meio da tabela, e esse objectivo foi amplamente conseguido. -E ao nível de apoios como foi? -Muito mau. A conjuntura actual é má, algumas empresas que prometeram falharam, os particulares também não têm dinheiro. Como é apanágio deste clube, sobretudo comigo à sua frente, conseguiu saldar todas as contas, e a direcção terminou a época sem dívidas. -Tem lutado por mais e melhores infra-estruturas. Qual o ponto da situação? -No dia 1 do corrente mês inaugurámos a nova sede, um espaço mais funcional, com outras comodidades, que é nosso. Estamos a tentar resolver com a Câmara Municipal a questão dos terrenos. As negociações estão difíceis, na medida em que as pessoas, mesmo tratando-se de uma zona ecológica, pensam que têm ali uma mina de ouro. Vamos continuar a lutar pelo terreno, e se não for um será outro. Relativamente à iluminação do campo Santa Margarida, a EDP já esteve no local, e está a correr tudo dentro da normalidade. Espero que o segundo campo esteja pronto dentro da próxima época. Acredito na promessa do presidente da Câmara. Os passos estão a ser dados, os alicerces estão lançados, com este ou outro presidente, as novas infra-estruturas serão uma realidade. -Para além do futebol sénior, esta direcção tem apostado nas camadas jovens. -É verdade, e para a próxima época vamos apostar em mais uma equipa, de juvenis, ficando a faltar uma de juniores. -E o apoio dos pais, como tem sido? -Certos pais ainda não perceberam a função deste clube. Ainda não há grande abertura para levar e buscar os seus filhos aos treinos e jogos. Existe muito comodismo. No primeiro ano tivemos algumas dificuldades em arranjar miúdos. Depois os treinos eram muito cedo, colocámos uma carrinha na rua, e talvez por isso a adesão dos pais não fosse a mais desejada. Por tudo isto, a questão do campo é muito importante para o futuro da formação no Águas Boas. -Há nove anos como presidente. Qual o futuro? -O futuro será já na próxima sexta-feira, dia 24, pelas 21.30 horas, na sede do clube, com a realização de uma assembleia-geral para eleger novos corpos sociais. Vamos todos tentar arranjar uma nova direcção, e o momento é determinante. É o projecto do novo campo, da iluminação, e os sócios do Águas Boas têm que estar mais unidos do que nunca, que nos apoiem, porque não estamos só a pensar em jogar futebol, mas também a criar condições para o futuro. -E vai continuar como presidente? -Ainda não sei. De preferência sem mim, ou noutro cargo que não a presidência. Manuel ZappaDiário de Aveiro |