Vários documentos contabilísticos da Handy Equipamentos de Escritório e Armazenagem, em Águeda, que está em processo de falência, foram furtados, revelou, na última terça-feira, ao Jornal da Bairrada uma fonte ligada ao processo liquidatário. Segundo a fonte, os documentos estavam apreendidos à ordem do Tribunal do Comércio de Lisboa e são de extrema importância para uma correcta análise do processo de falência. “São pastas de arquivo que pura e simplesmente desapareceram e outras ficaram no mesmo local, mas sem o seu conteúdo”. Os alegados assaltantes terão utilizado uma pequena janela, de onde retiram as grades, para entrarem na empresa. A fonte refere ainda que a porta de entrada do escritório apareceu aberta e que no chão estavam espalhados vários papéis, assim como o cofre da empresa foi arrastado do local, mas sem que nada tenha sido roubado. Estranha ainda que apenas tenham desaparecido documentos, num escritório que tem computadores e outro material de escritório de valor significativo. “Acredito que quem levou os documentos sabia muito bem o que procurava”, acrescenta o nosso interlocutor, justificando que alguns documentos estão relacionados com actos de gestão. A GNR de Águeda tomou conta da ocorrência, enquanto que o Núcleo de Investigação Criminal de Águeda procedeu à recolha das impressões digitais. Recorde-se que em Abril de 2004, uma fonte ligada à empresa, preocupada com a saúde financeira da Handy, tinha garantido ao Jornal da Bairrada que “tinham sido efectuados movimentos contabilísticos muito duvidosos, durante o mês de Fevereiro de 2004, na Handy SA que visaram a liquidação de alegadas dívidas das empresas Handy Comercial Sul, Norte e Centro para com esta empresa no valor de milhares de euros”. A mesma fonte acrescentou que em 2004, presumivelmente, alguns bens da Handy SA já tinham sido transferidos para outras empresas. A Handy, após 40 anos de laboração, fechou em 2004 e todos os cerca de 70 trabalhadores rescindiram, por justa causa os contratos de trabalho, após terem recebido uma carta da empresa a convidá-los a formalizarem a rescisão, uma vez que tinham ordenados em atraso. Diário de Aveiro |