O Exército vai destacar a partir de sábado mais de 120 militares para o combate directo aos fogos florestais, com "fardamento e eq uipamento apropriado" para enfrentar as chamas, adiantou hoje à agência Lusa fon te do militar. Os militares, que participam pela segunda vez no combate directo aos fogos florestais, ficarão no terreno até 30 de Setembro, distribuídos por dez áreas: Bragança, Boticas, Vieira do Minho, Ponte de Lima, Mealhada/Buçaco, Arganil, Mata Nacional do Urso, Sintra, Sines e Tavira. Divididos em equipas de 12 elementos (dois sargentos e dez praças), os militares respondem perante a Direcção-Geral de Recursos Florestais (DGRF), de quem receberam já formação e "equipamento e fardamento apropriado". A missão das equipas de Sapadores do Exército - como são designadas - é o "combate ao fogo em primeira intervenção" que inclui, entre outras tarefas, a abertura de linhas de quebra-fogo ou mesmo o combate inicial às chamas. O combate aos incêndios florestais com meios pesados continuará, no entanto, a ser realizado pelos bombeiros. Paralelamente, o Exército continuará colaborar, em coordenação com o Se rviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), nas operações de rescaldo e vigilância pós-incêndio (só este ano foram já empenhados 400 militares e 54 v iaturas), bem como na beneficiação de infra-estruturas, reparação de caminhos florestais e limpeza de aceiros (clareiras). Entre 01 de Junho e 14 de Outubro do ano passado, o Exército empenhou q uatro mil militares, 500 viaturas e 20 máquinas de engenharia durante a época de fogos florestais, no âmbito da colaboração com o SNBPC, e mais 450 militares/di a, no quadro de protocolo com Direcção-Geral dos Recursos Florestais. Foram ainda realizadas operações de rescaldo e vigilância de incêndios florestais (96), limpeza de aceiros, abertura de caminhos, defesa de aglomerados populacionais, apoio logístico em infra-estruturas, alimentação, transporte, ca ptação, tratamento e abastecimento de água. Os meios do Exército foram concentrados de norte a sul do país, com esp ecial relevo para as regiões de Coimbra, Pombal, Marão, Pampilhosa da Serra, San tarém, Mafra, Viseu e Castelo Branco. Em acções de combate ao fogo em primeira intervenção 60 militares const ituíram cinco equipas de sapadores especiais nas regiões de Bragança, Boticas, A rganil, mata nacional do Urso e Tavira, tendo sido efectuadas 140 intervenções. Segundo dados da DGRF, no ano passado, arderam 286.383 hectares de área verde, num total de 32.553 ocorrências de fogo (7.214 incêndios florestais e 25 .339 fogachos). Só em 273 incêndios (com uma área ardida superior a 100 hectares) foram consumidos 207.514 hectares de área verde. Os maiores valores de área ardida foram registados nos distritos da Coi mbra (43.474 hectares), Leiria (33.126), Vila Real (28.790) e Santarém (26.902). O maior número de ocorrências verificou-se nos distritos do Porto (7.10 1), Braga (4.409) e Aveiro (4.004). Em 2004 arderam em Portugal cerca de 129.529 hectares de floresta e em 2003, o pior ano das últimas duas décadas, a área destruída pelo fogo rondou os 425.000 hectares.Diário de Aveiro |