Em cinco anos, entre 2000 e 2005, a PSP e a GNR registaram 89 mil queixas de violência doméstica em Portugal, um problema que afecta cerca de meio milhão de portugueses, segundo dados divulgados pelo sociólogo Paulo Machado.

O sociólogo falava num encontro promovida pela Estrutura de Missão contra a Violência Doméstica sobre esta temática.

Segundo o sociólogo e investigador, que apresentou a cartografia da Violência Doméstica em Portugal entre 2000 e 2005, o crescimento anual médio destes crimes nos últimos cinco anos foi 10,5 por cento no conjunto das duas forças de segurança.

Este crescimento foi quase três vezes superior na Guarda Nacional Republicana: 16,5 por cento na GNR e 6,8 na PSP.

A análise dos dados permite também verificar que a taxa de incidência na população residente apontava para um valor nacional de 12 casos reportados por 10.000 habitantes em 2001, que subiu para 16 em 2003.

As subunidades policiais que actuam nas Regiões Autónomas, com excepção do comando da Horta, foram as que registaram valores mais elevados em termos de incidência.

No Continente, os distritos do Porto, Setúbal e Aveiro apresentavam em 2001 os valores mais elevados.

Em 2003, segundo o sociólogo, os distritos com maior incidência de violência doméstica reportada eram o Porto, Viseu e Setúbal, mas outros três (Leiria, Coimbra e Castelo Branco) tinham já valores muito próximos dos primeiros.

A violência conjugal representa cerca de 85 por cento do total das ocorrências participadas e a preponderância de agressores masculinos sobre os femininos é oito vezes superior.

O estudo revela ainda que 6,5 por cento da violência doméstica é pratica contra ascendentes.
Diário de Aveiro



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