RAUL MARTINS ACUSOU ÉLIO MAIA DE SE REMETER A UM PAPEL NEUTRAL

O líder do PS de Aveiro acusou o presidente da Câmara Municipal de estar ausente do debate de assuntos importantes para o município e de se limitar a "moderar conflitos" entre os dois partidos da coligação PSD-CDS/PP.

"O presidente da Câmara [Élio Maia] não pode, como tem feito, estar ausente dos debates em que se definem aspectos fundamentais para o nosso futuro colectivo como o Orçamento e o Plano, ou nas reuniões em que se discutem estes assuntos, entrar mudo e sair calado", considerou o líder socialista, Raul Martins, durante uma reunião da Assembleia Municipal, num balanço do ano autárquico.

Procurando explorar eventuais fragilidades da coligação, o socialista aludiu ao facto de os vereadores do CDS terem os gabinetes nos Paços do Concelho, enquanto os do PSD trabalham nas instalações municipais da Fábrica Campos.

Raul Martins acusou Élio Maia de se remeter a um papel neutral, comparando-o à Rainha de Inglaterra.

"Não pode ainda agir como a Rainha de Inglaterra e limitar-se a moderar conflitos entre a sua Câmara dos Lordes instalada nos Paços do Concelho [CDS-PP] e a sua Câmara dos Comuns [PSD], sediada na fábrica Jerónimo Pereira Campos", comentou.

Raul Martins sustentou que o desempenho do presidente do município de Aveiro demonstra que "nem sempre um bom presidente de junta de freguesia pode ser convertido num razoável presidente da Câmara".

O responsável socialista "lembrou" também a Élio Maia que não foi eleito para ultrapassar os serviços na legalização de obras e agenciar empregos.

"Élio Maia foi eleito para ser o presidente da Câmara da Aveiro. Não para exercer o papel de psicólogo, médico ou padre. Nem muito menos para ultrapassar os serviços relativamente aos processos de legalização de obras, de habitação ou de autorização para construção. Muito menos para arranjar emprego para as pessoas, embora eu aí reconheça que tem tido algum êxito relativamente a alguns familiares de conhecidos políticos locais", acusou.

O presidente da Câmara remeteu uma resposta às críticas do presidente da concelhia do PS para a intervenção que deverá fazer hoje, na continuação dos trabalhos da Assembleia Municipal.
Diário de Aveiro



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