Foi inaugurada, no último sábado, na sala de exposições da câmara municipal de Oliveira do Bairro, uma exposição, intitulada “Notas Soltas”, da autoria de Marisa Silva, onde há muito de musical e memória recente. “Obras maravilhosas” O evento teve a presença do presidente da câmara, Mário João Oliveira, e seu vice, Joaquim dos Santos, vereadora da cultura, Laura Pires, e vereadora da oposição, Leontina Novo. Também alguns artistas e gente de Coimbra, onde reside “a convidada de honra”, embora tendo nascido na Figueira da Foz. O presidente da edilidade deu as boas vindas, manifestando “imensa alegria” por mais esta exposição na câmara que mais uma vez manifestou disponibilidade para mostrar aos munícipes uma série de obras que podem ser “apreciadas e admiradas”. Com vantagem - está aberta ao público todos os dias, horas normais de funcionamento da autarquia, deixando um desejo: que seja visitada por gente jovem e menos jovem, pois será um modo de aquisição de cultura. “Que gostem desta exposição” e que transmitam a outros as impressões “das obras maravilhosas”, acrescentou Mário João Oliveira não deixou de elogiar ainda o empenho da vereadora Laura Pires pela “forma regular como nos habituou” a este tipo de eventos. Na abertura da exposição, esperavam os presentes outras notas (de flauta). Mafalda Carvalho, da UFT, interpretava “dois estudos”, de Anderson. Era uma espécie de mote para o que iria ser apreciado. A influência de um espaço Marisa Silva, que é licenciada em Economia, e possui o curso de música do Conservatório, realçou, por sua vez, o gosto que tinha de estar em Oliveira do Bairro, “um concelho com certa dinâmica cultural”. A artista, no uso da palavra, deixou algumas notas sobre a sua vida, considerando nomeadamente que o curso de Economia “nada tem a ver com o que está exposto”, o que já não acontece com o curso de Conservatório de Música. A formação musical acabou por despertar-lhe outra vertente - a dos pincéis e tintas - e a exposição espelha muito da sua vida nesta fase. Marisa Silva, que começou por desenvolver diversos trabalhos de artesanato que expunha em feiras da especialidade e áreas comerciais do norte ao sul do país, iniciou em 2002 esta carreira, trabalhando sobre acrílico. enveredando depois para as técnicas mistas e, ao fim de quatro anos, já produziu mais de 200 obras, dispersas por várias colecções particulares, não só em Portugal, mas também em França, Alemanha e Brasil. As obras expostas têm a influência do espaço onde reside e onde estudou, Coimbra, (existem várias alusões, sempre muito suaves e encantatórias) mas nota-se uma predilecção especial pela música (abundam as pautas) e também reflecte em arte alguns poemas de que, lendo, muito gostou. Mas não se fica por aí e mostra trabalhos como “Vestígios de praia”, “Utopia”, “Céu Cinzento”, “Invenção do dia claro”, “Flores cinza” e outros. Tudo dentro de uma perspectiva de acalmia, e de grande paz interior, quase musical, nada agride nada. Uma exposição repousante e uma viagem entre Coimbra, a música e a alma. Armor Pires MotaDiário de Aveiro |