O TEATRO AVEIRENSE PODER VIR A SER CONCESSIONADO

O Bloco de Esquerda (BE) exigiu hoje, em comunicado, que o presidente da Câmara de Aveiro, Élio Maia, esclareça a política orçamental do executivo, considerando que o presidente desautorizou o seu vereador das Finanças.

Para a estrutura local do Bloco, na última reunião de Câmara, "relativamente à eventual privatização do Teatro Aveirense, Élio Maia resolveu desautorizar os seus vereadores ao classificar as declarações deles como sendo meras opiniões".

"O BE questiona Élio Maia se as declarações proferidas pelo vereador das Finanças, Pedro Ferreira, numa conferência de imprensa convocada pela Câmara de Aveiro para apresentar o Orçamento para 2007, têm o mesmo valor que uma simples conversa de café".

O presidente da Câmara de Aveiro, Élio Maia, considerou segunda-feira que a divisão de opiniões na maioria CDS/PSD sobre a eventual privatização do Teatro Aveirense, é um "exercício de pluralismo".

A possibilidade de o Teatro Aveirense poder vir a ser concessionado foi admitida pelo vereador Pedro Ferreira (PSD) durante a apresentação do orçamento municipal para 2006, que prevê a obtenção de rendas de 46,5 milhões de euros resultantes da concessão a privados de actividades suportadas pela Câmara.

Tal possibilidade foi desmentida pelo vereador da Cultura, Capão Filipe (CDS), e levou a directora da casa de espectáculos, Maria da Luz Nolasco (ex-vereadora do CDS), a apelar à criação de um movimento cívico em defesa do Teatro.

Em declarações a uma rádio local, o vice-presidente da concelhia do PSD, Rocha de Almeida, criticou o apelo de Maria da Luz, considerando que a directora do Aveirense devia retratar-se dessa atitude.

Para o Bloco de Esquerda, a explicação dada sobre o assunto por Élio Maia na última reunião camarária "desautorizou as declarações do vereador Pedro Ferreira e escondeu a política orçamental para o Teatro Aveirense".

"O BE exige que Élio Maia esclareça os cidadãos aveirenses sobre a política orçamental da Câmara. O BE entende que o orçamento aprovado não pode constituir uma carta em branco que confere ao executivo a autocracia de, a cada momento, poder mudar de posição e decidir o que privatizar, em que condições e por que preço", sublinham os bloquistas no comunicado.
Diário de Aveiro



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