À conta do folhetim OTA já muito se tem escrito. Eu mesmo o fiz nas edições 1888,1893 e 1897 deste nosso jornal.
A vantagem do "barulho" feito por causa da vontade inaudita (ou talvez não) deste Governo "esturrar" mais de 3 mil milhões de euros (somos ricos!) foi o aparecimento de grupos da sociedade civil a discutirem a bondade do estudo e apresentando alternativas;
Assim temos por agora 3 possíveis soluções:
OTA - 3,1 mil milhões de euros - Governo;
Alcochete - 2,1 mil milhões de euros - Confederação Industria Portugal;
Portela +1 - 245 milhões de euros - Associação Comercial do Porto
Esta é a primeira grande derrota do Governo e dos Lobbies das obras.
Obviamente, que nenhum comum Português é capaz de decidir por si só qual destas alternativas será a melhor. A única coisa que já percebeu é que esta decisão passou a ser sobretudo política, que deve ter em conta a relação custo/benefício e que tecnicamente tudo se faz hoje em dia (é uma questão de milhões).
Não temos necessidades de fausto bacoco. Precisamos é de atrair investimento que seja gerador de mais receitas e emprego, a médio longo prazo. A construção de grandes obras como esta dura pouco e a médio prazo dá despesa. Mas a conquista de turistas que gastem cá e nos dêem trabalho já é decisiva para o nosso futuro colectivo. Ora, que eu saiba, as viagens de avião vendem-se hoje a preços de saldo. Quem as compra por meia dúzia de patacos não deve estar à espera duma sala VIP à chegada.
Por isso, a solução Portela + 1 parece-me mais acertada e, acima de tudo, muito mais barata, para além de não se destruirem as bateladas de dinheiro, enfiadas em obras no actual aeroporto. Depois, ainda tem a vantagem de dividir claramente o tráfego: "normal" em Lisboa, "baixo custo" no Montijo.